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Fetag-RS apresenta dados do ano em Coletiva de Imprensa
A Fetag-RS realizou nesta quinta-feira (5), sua tradicional coletiva de imprensa de final de ano, oportunidade em que apresentou dados importantes sobre a agricultura familiar gaúchas e temas que precisam ser trabalhados pelas autoridades, tais como os impactos das mudanças climáticas no estado, com foco nos prejuízos causados pelas enchentes recentes.
Segundo os dados apresentados, mais de 3 milhões de hectares de terras foram atingidos, afetando 456 municípios e mais de 206 mil propriedades. As perdas econômicas foram estimadas em R$ 87 bilhões, o equivalente a 1,8% do PIB do estado em 2024.
Além dos danos às lavouras e à infraestrutura local, o efeito mais grave foi a perda de solo fértil, que, em algumas áreas, ultrapassou 200 toneladas por hectare. Para recuperar essas áreas, o custo estimado é de R$ 15 mil por hectare, um desafio grande para a agricultura familiar gaúcha.
A Fetag-RS também destacou a retração no crédito rural, que teve queda de 19,65% no volume geral e 3,42% no Pronaf entre julho e novembro de 2024. Apesar disso, novas linhas de crédito e medidas de renegociação têm oferecido algum alívio aos agricultores.
Entre as ações positivas, a entidade apontou políticas públicas estaduais e federais, como investimentos de R$ 12 milhões em projetos produtivos para jovens e programas voltados para agroindústrias e a cadeia produtiva do leite. Outro avanço importante foi a implementação de estações meteorológicas em parceria com o Simagro-RS, que ajudam no planejamento agrícola e na redução dos efeitos de eventos climáticos extremos.
Apesar dos avanços, a Fetag-RS alertou para desafios futuros, como a necessidade de ampliar os recursos destinados ao pagamento por serviços ambientais e o impacto de regulamentações internacionais, como o Acordo União Europeia-Mercosul. O presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, reforçou a importância de equilibrar a produção agrícola com a preservação ambiental, destacando o papel estratégico da agricultura familiar nesse contexto. “A agricultura familiar é um pilar de resiliência frente às mudanças climáticas, afinal, é de interesse das famílias preservar o meio ambiente”.
Joel também afirmou que o ano de 2024 foi marcado por problemas e pelas lutas da Fetag-RS em defesa da agricultura familiar. “Precisaremos de alguns anos para recuperar as perdas registradas nas enchentes, mas a Fetag-RS acredita nas famílias agricultoras e na sua força. Os governos atenderam pauta importantes, porém, seguimos precisamos de medidas que foram prometidas, mas que não saíram do papel ainda. Seguiremos trabalhando até que todas as famílias atingidas sejam contempladas”.