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Audiência Pública da Comissão de Agricultura escancara preocupação com cortes no orçamento da agricultura e pecuária familiar

A Semana D de Mobilização da FETAG-RS e dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais entra em seu último dia acompanhando a Audiência Pública da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, que teve como tema a discussão nos cortes no Orçamento da União em 2021 para a agricultura e pecuária e também no Plano Safra. A audiência foi convocada pelo deputado federal Heitor Schuch, presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar (FPAF).

Os representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) deixaram muito clara a preocupação com os desafios que serão impostos para a categoria, principalmente para a agricultura e pecuária familiar, que poderá ter seriamente afetados programas e políticas que são implementadas pelo Ministério. Para o MAPA, a recomposição do orçamento é necessária.

A fala mais preocupante veio do Subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Economia, Rogério Boueri, que deixou muito claro que o Pronaf será inviável caso não haja uma recomposição de valores. A sugestão de Boueri foi a de que seja realizada pelos menos a recomposição do Pronaf, no valor sugerido de R$1,8 bilhão.

 

Para o presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, que acompanhou a audiência “está muito claro que os cortes irão impactar seriamente a agricultura e pecuária familiar. Vemos o Pronaf correr o risco de não ser operacionalizado, o que seria desastroso para a categoria e para o país, que é alimentado pela produção do campo”. O presidente Joel também considera que apenas recompor o valor de R$1,8 bilhão, conforme sugestão do Ministério da Economia, não é suficiente, pois igualaria o orçamento do ano passado em um momento em que os custos de produção subiram cerca de 40%. “Se o valor do Plano Safra de 2020 for mantido, muitos produtores não vão conseguir recursos em 2021. Está muito claro que o governo está se retirando do financiamento através de órgãos oficiais e deixando isso para os bancos privados e financeiras, o que é desastroso para a categoria. A FETAG-RS exige que a recomposição do orçamento, que é responsabilidade do Congresso Nacional e do Governo Federal, seja realizada imediatamente”.

 

Faltando poucas semanas para a divulgação do Plano Safra, é urgente que os parlamentares, governo e entidades sigam dialogando e encontrem as melhores soluções possíveis para o impasse. A FETAG-RS e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais seguirão acompanhando e cobrando medidas que não permitam o fim de programas que são fundamentais para a agricultura e para a pecuária familiar.