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Entidades representativas dos(as) produtores(a) de tabaco fecham acordo apenas com a empresa JTI

 

Foto da assinatura do acordo com a empresa JTI

Foto da assinatura do acordo com a empresa JTI

 

Desde ontem, segunda-feira (16), em Santa Cruz do Sul, a Fetag-RS e as demais entidades que representam os(as) produtores(as) de tabaco participaram de mais uma rodada de negociação dos preços a serem pagos pela produção da safra 2022/2023. Mais uma vez, o posicionamento das empresas é lamentável.

Exceto a empresa JTI, todas as demais descumpriram totalmente o que foi acordado pelo Fórum Nacional da Integração (Foniagro), no ano passado, quando foi estipulado que as empresas deveriam pelo menos inserir o custo de produção na tabela deste ano. A BAT, que junto com a JTI tinha assinado um protocolo em que se comprometia em repor o custo de produção, se negou a cumprir o acordo e apresentou proposta que não cobre os custos dos(as) produtores(as) As demais empresas também apresentaram valores que sequer cobrem os custos que produtores(as) tiveram para a safra.

Importante salientar que os custos de produção foram levantados conjuntamente pelas empresas e a representação dos produtores.

A Fetag-RS ressalta que a JTI foi a única que cumpriu o que foi assinado no protocolo do ano passado, em a empresa se comprometeu a acrescentar no mínimo o custo de produção. A proposta repôs o custo de 30,17% em cima da tabela do ano passado, que já previa um ganho real de 5%.

Em resposta ao lamentável e desrespeitoso posicionamento das empresas, exceto da JTI, a representação dos produtores definiu que não irá participar da reunião do Foniagro agendada para amanhã, quarta-feira (18), em Santa Cruz do Sul, em que será discutida a atualização dos coeficientes técnicos para cálculo do próximo custo de produção.

A Fetag-RS e as demais entidades representativas entendem que de nada adianta o Foniagro estabelecer regras e coeficientes sendo que no momento da negociação dos preços que serão pagos aos(as) produtores(as) as empresas rasgam os acordos e apresentam propostas que são apenas dos seus interesses.

Para que as regras da próxima safra sejam discutidas, a representação dos produtores exige que sejam concluídas as negociações da atual safra em condições que atendam aos interesses de toda a cadeia produtiva.

Com a posição firmada de não participar da próxima reunião do Foniagro, espera-se que as empresas entendam que os(as) produtores(as) são seus(as) maiores parceiros(as) e que precisam de valorização. O cenário está bom, os estoques estão zerados, o mercado está aquecido e o dólar está em valores bons para a exportação. Portanto, não há motivos aceitáveis para que as empresas não assumam junto com os produtores os custos de produção da safra.

Não é justo com quem produz. A cadeia só é forte quando todos os elos trabalham em sintonia, arcando com os custos e dividindo os lucros.