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Fetag luta pelo pagamento dos integrados

fazendo acordos e negociações com a Doux-Frangosul para que seja cumprido, em definitivo, o cronograma de pagamento para os mais de 2.700 integrados de aves e suínos. Na última reunião da Comissão de Integrados da Fetag com a direção da empresa, realizada no dia 5 de fevereiro, em Montenegro, foi acertado um novo encontro para o dia 22 de fevereiro, na sede da Federação, onde será apresentada uma derradeira proposta para a regularização de todas as pendências.
         O presidente da Fetag, Elton Weber, alerta que hoje a tensão é grande e não existe qualquer possibilidade de estender por mais tempo qualquer tentativa de não-pagamento aos integrados. “Queremos uma solução definitiva e esta é a perspectiva com relação à manifestação da Doux-Frangosul nos próximos dias. Caso contrário, iremos tomar medidas que farão jus a história de 46 anos de organização e de lutas de nossa entidade, que já garantiram conquistas fundamentais ao agricultor”, observa.
                  Crise financeira
         A crise financeira internacional desencadeada no segundo semestre de 2008 teve forte repercussão sobre as indústrias integradoras das cadeias de suínos e aves. As consequências no setor se manifestaram sob a forma de novas fusões empresariais, vendas de empresas, paradas técnicas, demissões de funcionários nas agroindústrias, alterações na dinâmica de alojamento de animais (aumento dos intervalos entre lotes) e remuneração dos lotes para os agricultores integrados (atrasos, redução da remuneração, etc.).
         O clima de incerteza, vivenciado nas cadeias de suínos e aves, no início de 2009, seguramente foi sem precedentes. Naquele momento de angústia e preocupação, a Fetag, em conjunto com sua Comissão de Integrados, Regionais Sindicais e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, fazendo jus a sua missão de “coordenar e mobilizar a categoria dos trabalhadores rurais, a partir dos problemas sentidos e vividos…”, articulou e realizou diversas ações de enfrentamento à situação objetivando construir soluções para os problemas conjunturais e estruturais, cujas consequências rebateram fortemente sobre os agricultores familiares, em especial os integrados nas cadeias de suínos e aves.
         Weber explica que os resultados práticos desse esforço repercutiram não só na amenização dos efeitos da crise financeira, mas também sobre problemas relacionados à legislação federal, que regulamenta a atividade e políticas públicas de financiamento e estruturação da atividade.
         Dentre as ações e resultados obtidos no ano de 2009, é possível destacar:
·        Construção e articulação, a partir de janeiro de 2009, de diagnósticos, reuniões e atividades com a participação dos STR’s, Comissão de Integrados da Fetag, empresas, órgãos públicos e agentes financeiros no intuito de minimizar os impactos da crise sobre os mais de nove mil agricultores integradas no Estado;
·        Negociação em março de 2009 com agentes financeiros (Banco do Brasil, Sicredi e Banrisul), abrindo a possibilidade de renegociação, caso a caso, das parcelas de custeio e investimento dos agricultores familiares integrados com dificuldades de pagamento;
·        Reivindicação e conquista, em conjunto com demais agentes do setor, de alteração na IN 56, de 04/12/2007, a partir da publicação da IN 59, de 02/12/2009, que dentre outras abriu a possibilidade de análise, caso a caso, na definição das distâncias mínimas entre estabelecimento avícola de reprodução e demais estabelecimentos, diferente do texto anterior, que a fixava em 3km;
·        Inclusão das atividades de avicultura e suinocultura como beneficiárias da linha de financiamento do Programa Mais Alimentos do Pronaf, possibilitando que os agricultores que atuam na atividade acessassem crédito de até R$ 100 mil, com juros de 2% ao ano e dez anos para pagamento. Trata-se de uma linha de crédito importante que tem possibilitado não só a construção de novos aviários e pocilgas, bem como a atualização tecnológica de muitas das instalações já existentes; e
·        Negociação direta com empresas ou através da ASGAV para redução dos atrasos e garantia de pagamento para os lotes de suínos e aves entregues pelos agricultores familiares. Apesar de assegurada a garantia de remuneração dos lotes entregues, o pagamento ainda não está ocorrendo dentro de situações de normalidade por todas as empresas. 
        Conforme Weber, a Fetag, portanto, historicamente representa e defende os agricultores integrados em todo o Estado, desencadeando lutas que contemplam as mais diversas necessidades do segmento, tais como crédito, preços, questões ambientais, registro dos estabelecimentos, entre outros. “O atraso no pagamento dos lotes aos integrados da Doux/Frangosul é motivo de angústia e de incerteza para os agricultores”, completa o dirigente.

Assessoria de Imprensa – 12/02/2010 – Luiz Fernando Boaz