INFORMATIVOS

INFORMATIVO N° 1460

REDACÃO: Hoana Talita Gehlen/Eduardo oliveira

DATA: 28/7/2020

SITE: www.fetagrs.org.br

Informativo FETAG-RS e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais. Um programa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul e dos 320 Sindicatos filiados. Transmitido em todo o Estado com informações para o trabalhador e a trabalhadora rural.

 

 

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UVA – DO COMEÇO AO SUCESSO

 

Não é de hoje que o homem utiliza a uva para se alimentar e para produzir bebidas. Estima-se que a fruta tenha sido uma das primeiras a integrar a alimentação humana e que seu cultivo iniciou há cerca de 6 a 8 mil anos atrás, no Oriente Médio. Sobre o vinho existem registros da bebida em pinturas egípcias, a civilização mais antiga do mundo.

 

Na mitologia, a uva aparece representada pelo Deus do Vinho Baco, no caso dos romanos, e por Dionísio, para os gregos, que são frequentemente representados com uma coroa de folhas de parra, segurando um cacho de uvas ou uma taça de vinhos. Na Bíblia, a uva é citada no livro de Gênesis, no qual Noé a cultivava em sua fazenda.

 

No Brasil, os primeiros registros de produção datam de 1535, quando os portugueses trouxeram a fruta da Europa e passaram a cultivá-la na antiga Capitania de São Vicente. No entanto, foi a partir do momento em que os imigrantes italianos vieram para terras brasileiras que o cultivo da fruta ganhou uma maior dimensão.

 

Sob nome científico Vitis vinífera L, a videira é uma planta própria de regiões com clima temperado e que, por ser altamente energética e pelas substâncias presentes que ajudam a reduzir a pressão sanguínea, apresenta grandes benefícios a saúde humana. Seu suco auxilia no combate a acidez do sangue, auxilia na digestão e, por possuir capacidades desintoxicantes, previne o envelhecimento.

 

As uvas podem ser divididas em quatro grupos: rústicas de mesa, finas de mesa, uvas sem sementes e uvas destinadas a fabricação industrial de vinhos.

 

O Rio Grande do Sul está entre os maiores produtores de uvas do país. De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a safra 2019/2020 poderá chegar a 525 milhões de quilos, sendo maior parte destinada a produção de sucos e vinhos de mesa. Apesar do número significativo, a Comissão Interestadual da Uva estima uma queda que varia entre 20% a até 25% na safra devido ao excesso de chuvas na época de floração e pela posterior estiagem que atingiu as variedades que estavam no período de amadurecimento.

 

Quando falamos em agricultura familiar, a categoria é responsável por 90% da produção gaúcha, reunindo 14 mil famílias, número que chega a 20 mil quando incluímos o estado de Santa Catarina. Da safra destinada a industrialização, 25% é processada por cooperativas vinícolas.

Toda essa produção também é transformada em bebidas que são reconhecidas mundialmente pela sua qualidade. No ano passado, o Rio Grande do Sul foi responsável por 90% da produção de suco de uva do Brasil, que já foi reconhecido com prêmios internacionais, como a medalha de ouro no concurso da Wine South America de 2019.

Assim como os sucos, os espumantes gaúchos também são famosos no mundo. Na safra passada, foram produzidos mais de e milhões de litros da bebida, cuja exportação para diversos países saltou nos últimos anos, chegando a 55% de aumento em 2017. A qualidade é tão grande que um espumante gaúcho já figura na lista dos melhores do mundo.

 

Em solo gaúcho, as variedades mais produzidas são Isabel e Bordô, uvas chamadas de híbridas ou americanas que podem ser usadas para vinho e suco. Entretanto, o Rio Grande do Sul conta com uma grande produção da fruta destinada para consumo in natura, espalhada por várias regiões do Estado, até mesmo na Região Metropolitana de Porto Alegre.

 

De acordo com o presidente do Ibravin, Márcio Ferrari, que também preside o Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Farroupilha, a Comissão Interestadual da Uva (CIU), composta  por Sindicatos de Agricultores Familiares e de Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina é responsável por negociar com o governo e com as vinícolas o preço mínimo da uva. “Nos últimos quatro anos houveram avanços importantes no preço mínimo, porém, ainda está muito longe do custo calculado anualmente pela comissão”. Na atual safra, o preço mínimo da uva foi de R$1,08 enquanto o custo de produção foi de R$1,13. “Mesmo assim, ainda é um negócio importante para os agricultores, pois muitos conseguem uma produção maior por hectare, obtendo melhores resultados financeiros e mantendo viável a produção”.

 

Para o vice-presidente da FETAG-RS, Eugênio Zanetti, que também planta uvas na serra gaúcha, “a fruta é garantia de renda para muitos agricultores familiares, cujo trabalho e dedicação são reconhecidos no Brasil e no mundo. Aqui produzimos vinhos, espumantes e sucos que estão entre os melhores do mundo, e o agricultor familiar é fundamental para que toda a cadeia tenha sucesso.

 

 

 

FETAG-RS PARTICIPA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE SETOR DO TABACO

 

Segue grande a preocupação da FETAG-RS, das entidades e dos parlamentares gaúchos sobre o desmonte provocado pelas indústrias no setor de tabaco. Na manhã desta quinta-feira (23), por reivindicação da FETAG-RS e solicitação do deputado estadual Elton Weber, a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa promoveu uma Audiência Pública que reuniu, por videoconferência, deputados estaduais, federais, representantes de federações e das indústrias fumageiras.

 

Recentemente, a FETAG-RS, em nota assinada em conjunto com a FETAESC, FETAEP e AFUBRA, denunciou o descaso das indústrias perante os produtores, que não estão sendo remunerados de forma justa pela sua produção e, em alguns casos, são excluídos pelas empresas devido ao seu injusto sistema de classificação da produção.

 

Na safra 2019/2020 o alto rigor de classificação imposto pelas indústrias derrubou os prelos que são pagos aos produtores, deixando-os no prejuízo, já que os custos de produção estão cada vez mais altos devido a fatores como a alta do dólar.

 

O presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, que representou a federação na audiência, encaminhou uma série de contribuições da federação que visam a continuidade das atividades que hoje são fonte de renda para muitas famílias no Rio Grande do Sul, porém, o número vem caindo nos últimos anos. Dentre elas, a criação de um Fórum para dirimir conflitos quando indústria e produtores não conseguem chegar a um consenso sobre valores pagos pela safra.

 

Para Joel, “as empresas estão usando artimanhas para não pagar um preço um justo ao produtor. A classificação do fumo é jogada para cima ou para baixo de acordo com a vontade das indústrias, que querem pagar ao produtor o mínimo possível. Não pode ser assim, pois produtor e indústria necessitam um do outro para que possam existir. Se um lado cair, o outro caíra junto”. Ainda de acordo com o presidente Carlos Joel, as empresas deveriam ser obrigadas a comunicar antecipadamente, até o final do ano anterior a próxima safra, os produtores que serão cortados excluídos da cadeia, indenizando-os nos casos em que foram feitos investimentos.

 

As empresas tiveram espaço para se defender e alegaram fatores como a estiagem, que teria comprometido seriamente a qualidade da produção e o contrabando de cigarros do Paraguai.

 

Como encaminhamentos da audiência para dar continuidade à discussão de soluções , o deputado Elton Weber citou que devem ser retomadas a negociação conjunta dos preços do tabaco e dos custos de produção; fortalecimento do combate ao contrabando; cumprimento em sua totalidade das regras determinadas pelo Foniagro; e a compra da produção em sua totalidade, e não apenas pelo o que foi contratado.

 

Um documento da FETAG-RS foi encaminhado para a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa com todas as sugestões da federação.

 

 

A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL MANTÉM O MOVIMENTO FORTE E ATUANTE


A Contribuição Sindical dos(as) Agricultores(as) Familiares é realizada para o Sistema Confederativo – CONTAG – FETAG e Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Ela é devida por toda a categoria, trabalhadores(as) ou empregados(as). Ou seja, todos aqueles que são trabalhadores rurais e não possuem empregados e exercem a atividade rural, individualmente ou em regime de economia familiar, sendo proprietário, arrendatário, parceiro, meeiro ou comodatário.

 

Para o tesoureiro-geral da FETAG-RS, Agnaldo Barcelos, a Contribuição Sindical é uma das formas de manter o Movimento Sindical atuante, forte e em constante luta para assegurar o direito dos agricultores familiares. Agnaldo reitera que embora a Contribuição seja facultativa, é uma obrigação dos agricultores(as), pois quando da conquista de um benefício para a classe todos recebem as melhorias.


O valor da Contribuição Sindical da Agricultura Familiar referente ao exercício 2020 é de R$ 35,00 (trinta e cinco reais) por membro do grupo familiar.