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Nova queda no preço referência do leite é inaceitável

A Fetag-RS vem através desta nota manifestar sua total indignação com relação a situação em que a cadeia leiteira está sendo submetida por alguns de seus elos. O preço referência do litro do leite caiu mais uma vez. Após a reunião mensal do Conseleite, realizada nesta terça-feira (27), o valor caiu 12,04% em relação ao mês de agosto, sendo projetado para o mês de setembro em R$ 2,2799, contra R$ 2,5920 do mês anterior.

A nova queda no valor referência levará a cadeia leiteira ao colapso, já que aqueles(as) produtores(as) de leite que ainda não desistiram da atividade poderão não ter outra alternativa, pois a rentabilidade da atividade, quando houver, será irrisória.

Muitos são os fatores que levam a cadeia para essa situação, porém, nos chama a atenção a questão das importações de leite dos países vizinhos, tais como Argentina e Uruguai. Para os varejos e indústrias, de forma inacreditável, é mais vantajoso importar desses países do que comprar do mercado interno. Há uma concorrência desleal criada pela forte taxação imposta ao leite brasileiro, o que não ocorre com o leite que vem de fora.

Isso nos leva ao período da Revolução Farroupilha, quando o charque gaúcho era muito mais caro do que os de países vizinhos. Será que quase 200 anos depois as lições não foram aprendidas?

Enquanto representação dos(as) produtores(as) rurais, a Fetag-RS está disposta a lutar pelo setor e vai liderar, se for necessário, mobilizações em todo o Estado, assim como, já aconteceu em outros períodos.

Hoje, fizemos um último apelo às indústrias: não repassem toda essa projeção de queda aos(as) produtores(as) neste momento. Esperamos que a indústria valorize quem produz ao absorver a diferença com a gordura adquirida por elas nos últimos três meses.

Indústria e varejo, elos da cadeia que deveriam zelar pelos(as) produtores(as) estão destruindo a atividade ao induzir quedas fortes no preço. Ambos nunca ficam no prejuízo, pois a corda arrebenta sempre para o lado mais fraco, que é o das famílias que se dedicam a atividade, uma das mais penosas do setor produtivo.