NOTÍCIAS

ONU reconhece a importância da Agricultura Familiar

Estudos estimam que a população mundial tende a aumentar, e muito, nos próximos anos. De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), nos próximos 30 anos o mundo terá 2 bilhões de habitantes a mais, atingindo a marca de 9,7 bilhões de habitantes. Até 2100, este número pode chegar a 11 bilhões de pessoas.

Com o aumento da população mundial, consequentemente, a demanda por alimentos será maior nos próximos anos. Neste sentido, a ONU declarou o próximo período de 10 anos, de 2019 até 2028, como a Década da Agricultura Familiar.

Ainda de acordo com dados da organização, cerca 90% das 570 milhões de propriedades agrícolas do planeta são administradas por um indivíduo ou por uma família e são dependentes de mão de obra familiar. Elas são responsáveis por 80% de toda a comida do planeta. A organização considera que a agricultura familiar é fundamental para garantir que produção de alimentos acompanhe o aumento populacional, garantindo que todos tenham acesso a comida.

Para o presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, “pelos próximos 10 anos, o mundo inteiro falará sobre a agricultura familiar e dos alimentos que dela provém”. Para Joel, o intuito da ONU é fazer com que todos os setores da sociedade, desde os produtores até os governantes possam estar lado a lado discutindo a valorização e a continuidade da agricultura familiar. “É preciso que os governos, as entidades representativas e a sociedade, entendam a importância das famílias que vivem no campo e que produzem os alimentos que chegam nas mesas, e trabalhando em conjunto para solucionar problemas que hoje afligem algumas cadeias, tais como a do leite e a do arroz, que estão em grave crise no momento”.

 

A ONU definiu os 7 pilares em que a Década da Agricultura Familiar será baseada:

1. Desenvolver um ambiente político favorável para fortalecer a Agricultura Familiar;

2. Apoiar os jovens e garantir a sucessão rural na Agricultura Familiar;

3. Promover a equidade de gênero na Agricultura Familiar e o papel de liderança das mulheres rurais;

4. Fortalecer as organizações da Agricultura Familiar e suas capacidades para gerar conhecimento, representar demandas dos/as agricultores/as e fornecer serviços inclusivos nas áreas rurais;

5. Melhorar a inclusão socioeconômica, a resiliência e o bem-estar dos/as agricultores/as familiares e comunidades rurais;

6. Promover a sustentabilidade da Agricultura Familiar para sistemas alimentares resilientes ao clima;

7. Fortalecer a multidimensionalidade da Agricultura Familiar para inovações sociais que contribuam para o desenvolvimento territorial e sistemas alimentares que protegem a biodiversidade, o meio ambiente e a cultura.