INFORMATIVOS
INFORMATIVO N° 1.762
INFORMATIVO N° 1.762
REDACÃO: Hoana Talita Gehlen/Eduardo Oliveira
DATA: 04/01/2024
SITE: www.fetagrs.org.br
Informativo desta quinta-feira está no ar!
Notícias da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul e dos 315 Sindicatos dos Trabalhadores Rurais filiados. Disponível em todo o Estado com informações para o agricultor, agricultora e pecuarista familiar.
Lembrete: você associado ou associada que não solicitou sua cartela para concorrer aos prêmios da campanha dos 60 anos da Fetag-RS, procure seu Sindicato e busque informações!
Serão mais de R$ 200.000,00 em prêmios.
PRODUTORES RURAIS QUEREM RECUPERAR ÁREAS ATINGIDAS PELO CLIMA
Produtores rurais do Vale do Taquari, que se estende a 40 municípios na região central do Rio Grande do Sul, estão amargando prejuízos causados pela passagem, em setembro, de um ciclone extratropical que provocou fortes chuvas.
O mau tempo que atingiu o estado resultando na cheia do rio Taquari continuou até novembro. Os prejuízos das lavouras de soja, milho, trigo, aipim e tabaco não são os únicos. É que os produtores perderam gado, porcos e frangos, além da pecuária de corte e da produção de leite. O Vale do Taquari foi a área mais atingida no estado.
O coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), no Vale do Taquari, Marcos Hinrichsen, disse que ainda é preciso analisar a qualidade do solo após a erosão causada pelas enchentes.
“[É] uma avaliação de muito prejuízo com relação à erosão do solo, porque as chuvas torrenciais levaram muita terra boa embora. Perdeu-se muita qualidade de solo. Tem nos preocupado como podemos recuperar as terras para continuar produzindo, fora a questão de animais com uma perda bem grande, casas e galpões atingidos”, disse.
Passado o período de chuva e de levantamento dos danos, o trabalho de recuperação é intenso. O coordenador destacou que os impactos entre os produtores são diferentes. Tudo depende do que foi perdido. O esforço para a retomada está começando pelo plantio de soja em algumas propriedades.
“Como são pequenas áreas, o agricultor precisa rapidamente fazer o plantio porque depende disso. Ele se organizou. Não dá para dizer que são 100%, mas naquilo que é possível ele está estruturando e plantando novamente. Cada caso é um caso”, afirmou, acrescentando que o resultado dos prejuízos das lavouras vai ser um baque na safra de grãos, como já ocorreu com a perda de 80%, 90% do trigo na região.
Prejuízos causados pelo clima
Segundo Hinrichsen, os produtores estão investindo dentro de suas possibilidades, mas ações dos governos federal, estadual e municipal têm sido realizadas para melhorar a condição de quem sofreu prejuízos. O perfil da região é de pequenas propriedades de até 15 hectares. “Mesmo quem não perdeu pelas cheias do rio, perdeu pelo excesso de chuvas”, acentuou.
A recuperação do solo tem apoio de programas do governo estadual de forma subsidiada, com análise da terra e adubação necessária. O Banco do Brasil abriu uma linha de crédito para ajudar os produtores, a Caixa desenvolve um programa de habitação no formato calamidade e há, ainda, doações que estão chegando às famílias.
“São várias frentes trabalhadas por órgãos dos governos federal, do estado e dos municípios, na medida do possível para auxiliar as famílias a viabilizar suas propriedades e continuar produzindo”, salientou.
De acordo com o sindicalista, ainda não é possível avaliar em quanto tempo será concluída a recuperação. “Cada propriedade é uma realidade. Às vezes o rio tira mais de uma e na outra trabalha de forma diferente. Tem casos que acredito que levará anos para recuperar completamente se não houver uma outra enchente. Outras não necessitam tanto”, explicou, lembrando que durante os três anos antes de 2023 os agricultores sofreram com a estiagem.
Hinrichsen observou que há muito tempo o estado não passava por uma intensidade tão grande de chuvas e isso desanimou os produtores. “Muitos agricultores estão abalados psicologicamente e precisamos entender que o nosso bem maior é a vida e temos que reconstruir o nosso Vale do Taquari, que é tão pujante e com uma economia muito positiva e de muito trabalho”, disse.
Mudanças climáticas
As chuvas atingiram o Rio Grande do Sul em um mesmo momento em que ocorriam ondas de calor intenso no Sudeste e no Centro-Oeste. Esses fenômenos têm uma mesma explicação: as preocupantes mudanças climáticas que atingem o planeta.
“A estiagem e o excesso de chuvas precisam entrar na pauta do movimento sindical na agricultura familiar. As mudanças climáticas estão presentes e precisamos debater como podemos nos organizar para não ter essas surpresas que estamos tendo agora”, sustentou.
“Se a gente olhar para fora do Brasil também está acontecendo isso. Na nossa casa comum, no nosso planeta, a situação é preocupante. Precisamos discutir isso”.
Temperatura
O climatologista do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Francisco Aquino, disse que – se não for o ano mais quente – 2023 vai repetir 2016 que alcançou patamar mais alto. Naquele ano, avaliações de cientistas da Nasa e da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês) apontaram que foi o ano mais quente desde 1880, quando começaram os registros históricos de temperatura. Conforme os dados, a média da temperatura da superfície da terra em 2016 atingiu 0,94ºC acima da média registrada anteriormente: 13,9%.
Para o professor, 2023 é um ano totalmente anômalo com comportamento completamente diferente de outros considerados mais quentes até agora, o que, na sua avaliação, causa espanto o fato de o ano ter permanecido – a partir de junho – com temperaturas elevadas.
“Está nos assustando por conta de ver tanta energia nos oceanos e na atmosfera [em razão de] mudanças climáticas que estão encaminhando a ocorrência desses eventos extremos, mundo afora, inclusive no Brasil”, afirmou.
Segundo o climatologista, a combinação complexa de tantos fenômenos ao mesmo tempo na Amazônia e nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, que pode ser chamada popularmente de “tempestade perfeita”, infelizmente, foi vivida em 2023 em todo o planeta aliando o aquecimento dos oceanos à ocorrência do El Niño. “Os dois se combinam para gerar eventos extremos de todos os tipos”, enfatizou.
Aquino disse, ainda, que um El Niño forte só pode gerar impacto da magnitude que se verificou porque há oceano e atmosfera mais quentes, além do atual nível de desmatamento entre Amazônia, Cerrado e Pantanal. Entre 2020 e 2022, o fenômeno La Niña provocou eventos severos contrários. Enquanto a Amazônia passava por chuvas intensas, o sul enfrentava a estiagem.
Permanência
A ação do El Niño pode ser sentida ainda em 2024. Segundo o climatologista, os modelos oceânicos e atmosféricos indicam que há 50% de chance de o fenômeno estar presente em maio e, a partir de junho, começar a ocorrer a chamada configuração neutra que significa a volta ao normal.
“O detalhe é que já estará pelo meio de 2024, o que significa que o inverno do sul do Brasil ainda pode ter influência de chuva um pouco acima da média e ter temperatura e estiagem ou diminuição da chuva na região amazônica. Um El Niño forte ou um El Niño médio podem gerar um impacto importante”, avaliou, destacando que esse panorama é o que está sendo observado no momento para os próximos seis meses, o que não afasta a possibilidade de alterações.
Fonte: Canal Rural
ESTADO ESTÁ HÁ 21 DIAS SEM REGISTRO DE MORTALIDADE DE MAMÍFEROS AQUÁTICOS POR GRIPE AVIÁRIA
Desde 12 de dezembro, o Rio Grande do Sul não tem registrado mortalidade de mamíferos aquáticos por influenza aviária de alta patogenicidade, a H5N1. Em 2023, o Estado teve cinco focos de gripe aviária, todos em animais silvestres.
“Seguimos com as atividades de vigilância observacional em aves de subsistência, granjas avícolas e locais de aglomeração de aves silvestres, além de fiscalizações de biosseguridade em granjas avícolas comerciais e atendimentos de notificações de casos suspeitos”, informa a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Ananda Kowalski.
Em paralelo às ações do Serviço Veterinário Estadual, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também convocou todos os médicos veterinários responsáveis pelos controles higiênico-sanitários das granjas avícolas, a fim de declarar o cumprimento dos requisitos de biosseguridade dos estabelecimentos que estejam sob sua responsabilidade.
A influenza aviária afeta principalmente aves, mas, além dos mamíferos aquáticos, pode ocasionalmente atingir cães, gatos e seres humanos que tenham contato direto com animais infectados.
Recomendações
Nesse período de férias de verão, em que o litoral gaúcho recebe um grande fluxo de visitantes, é necessário reforçar as seguintes recomendações:
Não se aproxime ou tente socorrer animais feridos ou doentes;
Não se aproxime de animais mortos;
Evite circular com cães, gatos ou outros animais domésticos na beira da praia.
Caso encontre animais mortos ou doentes nas praias, notifique os órgãos do Estado pelo WhatsApp ou as autoridades locais:
Agricultura – (51) 98445-2033
Meio Ambiente – (51) 98593-1288
Os órgãos também alertam que não há risco no consumo de alimentos cozidos ou industrializados, como ovos e aves.
Vigilância
Em 2023, o Serviço Veterinário acumulou 7.156 ações de vigilância ativa para a gripe aviária, com estimativa de 7,22 milhões de aves observadas; além de 4.857 ações de educação sanitária, com alcance estimado de 3 milhões de pessoas.
A vigilância passiva recebeu 243 notificações de casos suspeitos, com colheita de amostras em 66 dessas ocorrências e cinco focos confirmados. Nenhum desses casos são de aves de produção – o que mantém o status sanitário do Estado e do país.
Fonte: SEAPI
SDR AUTORIZA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS TÉCNICOS DE QUATRO PROGRAMAS PARA OBTENÇÃO DE FINANCIAMENTO JUNTO AO FEAPER
A Secretaria de Desenvolvimento Rural encaminhou, nesta terça-feira (26/12), a ordem de permissão para elaboração de projetos técnicos de quatro programas desenvolvidos pela pasta para fins de financiamento junto ao Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (FEAPER). Os programas que tiveram a permissão autorizada para elaboração de projetos são: Programa de Sementes Forrageiras 2023/2024; Projeto de Apoio aos Produtores de Leite – Calamidade; Projeto de Apoio à Pecuária Familiar e o Projeto de Apoio à Inseminação Artificial.
As ações foram lançadas no mês de novembro, passaram pelas etapas de manifestação de interesse, aprovação dos nomes dos beneficiários pelos Conselhos Municipais, confirmação e transferência dos recursos do Estado para o Badesul, que é o gestor financeiro do Feaper. Agora, esses quatro programas foram autorizados para a efetiva elaboração dos projetos técnicos individuais destinados a cada um dos beneficiários, que será realizado pela Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS).
“Todas essas iniciativas são programas que visam minimizar a instabilidade que se abate sobre o setor produtivo leiteiro, auxiliam no melhoramento das pastagens e também integram um conjunto de ações que possuem uma atenção especial por porte do governo estadual, pois são destinadas aos produtores atingidos pelos eventos climáticos”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini. Além disso, o titular da SDR valorizou as iniciativas que fomentam a sucessão familiar. “Essas medidas também visam a qualificação do jovem, o que contribui para a manutenção da produção nos endereços rurais, garantiu.
A nova etapa do Programa de Sementes Forrageiras, edição 2023/2024, tem o objetivo de fomentar a aquisição de sementes forrageiras que possibilitem a produção de alimento de alta qualidade para os animais, tanto para pastejo quanto para armazenamento na forma de silagem, diminuindo assim os riscos, aumentando a produção e a produtividade e melhorando a qualidade do leite e dos rebanhos de corte nos estabelecimentos de base familiar. Serão beneficiadas 83 entidades (sindicatos, associações e cooperativas), que irão atender 11.831 agricultores familiares. O recurso aportado é de R$ 6.699.800,00.
Por sua vez, o Projeto de Apoio aos Produtores de Leite é destinado aos atingidos pelos eventos climáticos de setembro e tem o intuito de operacionalizar financiamento subsidiado para reestruturação da atividade leiteira e restabelecer, de forma ágil, os níveis produtivos das unidades familiares de produção afetadas. Serão contempladas 175 famílias de agricultores familiares produtores de leite e o recurso do governo estadual é R$ 2.317.000,00.
Outro projeto autorizado na última semana foi o de Apoio à Pecuária Familiar. Da mesma forma, o objetivo operacionalizar financiamento subsidiado para a estruturação e multiplicação das estratégias e práticas de manejo do sistema produtivo construídas nas Unidades de Aprendizagem Coletiva (UACs) na região da Campanha/Alto Camaquã. O projeto será destinado a 31 pecuaristas familiares organizados em seis núcleos de pecuária familiar e o investimento do Executivo estadual é de R$ 300.000,00.
Serão favorecidos ainda, 11 agricultores familiares do Projeto de Apoio à Inseminação Artificial. O intuito do projeto é para a aquisição de itens necessários para a prática da inseminação artificial em bovinos com aptidão para produção de leite e carne (kit inseminação artificial). O recurso aplicado é de R$ 110.000,00.
Fonte: SDR
A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL MANTÉM O MOVIMENTO FORTE E ATUANTE
A Contribuição Sindical dos(as) Agricultores(as) Familiares é realizada para o Sistema Confederativo – CONTAG – Fetag-RS e Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Ela é devida por toda a categoria, trabalhadores(as) ou empregados(as). Ou seja, todos aqueles que são trabalhadores rurais e não possuem empregados e exercem a atividade rural, individualmente ou em regime de economia familiar, sendo proprietário, arrendatário, parceiro, meeiro ou comodatário.
Para o tesoureiro-geral da Fetag-RS, Agnaldo Barcelos, a Contribuição Sindical é uma das formas de manter o Movimento Sindical atuante, forte e em constante luta para assegurar o direito dos agricultores familiares. Agnaldo reitera que embora a Contribuição seja facultativa, é uma obrigação dos agricultores(as), pois quando da conquista de um benefício para a classe todos recebem as melhorias.
O valor da Contribuição Sindical da Agricultura Familiar referente ao exercício 2024 é de R$ 48,00 (quarenta e oito reais) por membro do grupo familiar.