INFORMATIVOS

INFORMATIVO N° 1.551

INFORMATIVO N° 1.551

REDACÃO: Hoana Talita Gehlen/Eduardo Oliveira

DATA: 20/7/2021

SITE: www.fetagrs.org.br

Informativo Fetag-RS e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais. Um programa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul e dos 321 Sindicatos filiados. Transmitido em todo o Estado com informações para o trabalhador e a trabalhadora rural.

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CARTA ABERTA SOBRE A AGRICULTURA E PECUÁRIA FAMILIAR

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAGRS) vem por esta carta aberta trazer à tona o debate sobre a importância e a valorização da agricultura e da pecuária familiar.

Na semana em que estamos comemorando a Semana da Agricultura Familiar, entendemos ser necessária uma reflexão sobre a atual situação da categoria, que é responsável por grande parcela do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e por alimentar a população, seja ela do campo ou da cidade.

Os dados do Censo Agropecuário de 2017 demonstram a força e o potencial produtivo que a agricultura e a pecuária gaúcha possuem. São mais de 700 mil pessoas ocupadas na atividade e que estão distribuídas em mais de 293 mil estabelecimentos agropecuários no Rio Grande do Sul. No que se refere a alimentação, os produtos oriundos das famílias produtoras rurais são a base fundamental da cesta básica. Por exemplo, cerca de 83% do leite consumido tem como origem as propriedades familiares. Na carne de frango, 60%. Nos tomates, cerca de 64%. Na banana, quase 93%. Estes são apenas alguns exemplos, mas poderíamos citar muitos outros.

Entretanto, nos últimos meses, nossos agricultores e pecuaristas familiares enfrentaram uma série de adversidades que tornaram ainda mais complexa a atividade primária. Por dois anos consecutivos, o Rio Grande do Sul foi castigado por severas estiagens que provocaram muitos prejuízos nas lavouras de várias regiões do Estado em culturas que são consideradas fundamentais, dentre elas o milho, grão que é base para a ração animal e muito importante para a alimentação humana.

Para agravar ainda mais a situação, no mesmo período, veio a pandemia do coronavírus, que levou ao cancelamento de feiras e eventos, espaços que são grande vitrine para a realização de bons negócios. Ainda, o fechamento do comércio e as demais restrições que foram impostas, ampliaram as dificuldades.

Como se os fatores já citados não fossem suficientes, as constantes elevações de preços em diversos itens básicos para a cadeia produtiva fizeram com que o custo de produção saltasse de forma assustadora. Importante salientar que, em muitos casos, o produtor não consegue repassar os aumentos e acaba tendo a sua rentabilidade diminuída. Ainda sobre as elevações no custo de produção, é importante frisar que algumas cadeias estão se tornando quase inviáveis, como o leite, por exemplo.

Apesar das dificuldades anteriormente citadas, nossos(as) agricultores(as) familiares não desistem e seguem produzindo os alimentos tão necessários para a manutenção da vida em nosso planeta. Vale aqui lembrar que estimativas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apontam para significativo aumento populacional nos próximos anos o que, consequentemente, fará com que a demanda por alimentos seja a cada dia maior.

Sendo assim, se faz necessário questionar: o que está sendo feito para proporcionar aos agricultores e pecuaristas familiares as condições necessárias para que a produção de alimentos seja ampliada e supra o aumento na demanda?

A agricultura e a pecuária familiar precisam de melhores estruturas de estradas, de energia elétrica e de internet no campo, fatores que atualmente acabam fazendo com que os jovens deixem suas propriedades, além de elevar custos e frear a produção.

Também, é necessário trabalhar em políticas públicas que alinhem custos de produção e preço do produto, pois isso garante renda ao produtor. O poder público, em todos os níveis, municipal, estadual e federal, devem unir forças para dar as condições necessárias para que a produção de alimentos prossiga e prospere. Hoje, sentimos falta de um planejamento a longo prazo para a agricultura e a pecuária, no Estado e no Brasil, e de políticas agrícolas duradouras e não apenas Plano Safra, que ajuda, mas não traz garantias de rentabilidade nem proporciona assistência técnica adequada que auxilie no momento de fazer investimentos na sua propriedade.

Na forma como estamos atualmente, algumas cadeias estão se tornando praticamente inviáveis, dentre elas, a de frangos, a de suínos e a de leite.

Os agricultores e pecuaristas familiares têm consciência do importante papel que exercem na sociedade. Eles querem produzir, gerar riquezas, impostos, empregos no campo e na cidade, mas também querem ter lucratividade, pois dependem da atividade para sustentar suas famílias.

É preciso que se diga: todos, de uma forma ou de outra, seja para alimentação ou para obtenção de renda, dependem da agricultura e da pecuária.

Sejamos todos parceiros da agricultura e da pecuária familiar. O Rio Grande do Sul, o Brasil e o mundo só têm a ganhar.

FETAG-RS ENTREGA CARTA ABERTA EM DEFESA DA AGRICULTURA FAMILIAR AO GOVERNADOR DO ESTADO E AO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Para a Semana da Agricultura Familiar, que iniciou no dia 19 e se estende até 24 de julho, a Fetag -RS elaborou uma Carta Aberta em defesa da agricultura e da pecuária familiar em que aborda o momento vivido pelos produtores gaúchos e a importância da produção de alimentos para a economia e para a manutenção da vida. Nesta segunda-feira (19), o governador do Estado, Eduardo Leite, e o secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lemos, recepcionaram o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, e o vice-presidente, Eugênio Zanetti, para o ato de entrega do texto.

O presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, explicou ao governador o objetivo da Semana da Agricultura Familiar, que visa a mostrar para a sociedade a importância de valorizar a categoria que produz os alimentos que são consumidos no campo e na cidade e que são vitais para a economia do Rio Grande do Sul e do Brasil, além de expor as dificuldades que estão sendo sentidas pelo setor produtivo, em especial na agricultura e na pecuária familiar, que vive momento de forte alta nos custos de produção e de baixa lucratividade, principalmente em cadeias como a leiteira, a de aves e a de suínos, além dos impactos causados pela pandemia e pelas estiagens dos últimos anos.

A mesma carta foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gabriel Souza, em ato que contou com a presença do deputado estadual Elton Weber.

De acordo com o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, “a carta foi entregue para as lideranças dos poderes Executivo e Legislativo, pois acreditamos ser fundamental a união de todos em defesa da agricultura e da pecuária familiar. Ambos se mostraram conhecedores da realidade e da importância que o setor tem para a sociedade e para a economia gaúcha. Temos certeza de que poderemos contar com o governo estadual e com o parlamento gaúcho na busca por melhores condições para os(as) agricultores(as) e pecuarista familiares gaúchos(as).

CONTROLE SANITÁRIO SERÁ RIGOROSO NO PAVILHÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR NA EXPOINTER

O ano de 2021 pode ser considerado como de transição para a agricultura familiar na Expointer. Depois de uma edição sem público devido a pandemia e com o Pavilhão da Agricultura Familiar em formato de drive thru, que contou com a presença de 55 empreendimentos familiares, a próxima feira, marcada para o período entre os dias 4 e 12 de setembro, terá o retorno do público ao interior de um dos espaços mais tradicionais da Expointer.

Seguindo rigorosos protocolos estabelecidos pela Secretaria Estadual da Saúde, o Pavilhão da Agricultura Familiar poderá receber o público de forma mais próxima da normalidade de edições anteriores. No total, foram aprovados pela comissão organizadora do espaço, composta pela Fetag-RS, Mapa, SEAPDR, Emater e demais entidades representativas, a inscrição de 216 empreendimentos familiares.

De acordo com os protocolos sanitários, o acesso de público ao interior do pavilhão será controlado e o layout dos stands também prevê distanciamento entre as agroindústrias de forma a evitar aglomerações.

Para o vice-presidente da Fetag-RS, Eugênio Zanetti, “o Pavilhão da Agricultura Familiar estará fortalecido em 2021, com mais agroindústrias e maior variedade de produtos. Ainda não é uma Expointer normal, mas com o avanço da vacinação já é possível dar um passo a frente, sem esquecer que ainda precisamos seguir com os cuidados”.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL MANTÉM O MOVIMENTO FORTE E ATUANTE

A Contribuição Sindical dos(as) Agricultores(as) Familiares é realizada para o Sistema Confederativo – CONTAG – FETAG e Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Ela é devida por toda a categoria, trabalhadores(as) ou empregados(as). Ou seja, todos aqueles que são trabalhadores rurais e não possuem empregados e exercem a atividade rural, individualmente ou em regime de economia familiar, sendo proprietário, arrendatário, parceiro, meeiro ou comodatário.

Para o tesoureiro-geral da FETAG-RS, Agnaldo Barcelos, a Contribuição Sindical é uma das formas de manter o Movimento Sindical atuante, forte e em constante luta para assegurar o direito dos agricultores familiares. Agnaldo reitera que embora a Contribuição seja facultativa, é uma obrigação dos agricultores(as), pois quando da conquista de um benefício para a classe todos recebem as melhorias.

O valor da Contribuição Sindical da Agricultura Familiar referente ao exercício 2021 é de R$ 37,00 (trinta e sete reais) por membro do grupo familiar.