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Na terça-feira (5), Lérida Pavanelo, coordenadora estadual de Mulheres da Fetag-RS, representou a federação em uma audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados para discutir os desafios que a agricultura familiar enfrenta no Brasil.

Durante a sua fala, Lérida ressaltou as dificuldades das famílias agricultoras, especialmente aquelas que tiveram perdas acima de 60% nas propriedades, e chamou a atenção para os atrasos nos processos de compensação e financiamento. Ela também destacou a limitação da linha de crédito do BNDES, que liberou R$ 5 bilhões para ajudar agricultores endividados com cooperativas, cerealistas e bancos privados. No entanto, o valor necessário para atender a todos os produtores afetados seria em torno de R$ 25 bilhões. “O problema é ainda maior porque muitos agricultores não conseguem acessar esses recursos por não terem garantias suficientes para oferecer aos bancos”, explicou.

Ela também criticou o funcionamento do Fundo Garantidor, criado para facilitar o acesso ao crédito, mas que não tem ajudado como deveria. “Na prática, ele não está cumprindo o prometido. Muitos agricultores familiares estão sem ter a quem recorrer para resolver suas dívidas e, por isso, não conseguem crédito para a próxima safra”, afirmou.

Para a Fetag-RS, existe a necessidade de mais alinhamento entre as leis e a liberação de recursos suficientes para que as linhas de crédito do BNDES realmente funcionem. Caso contrário, muitos agricultores podem ficar sem financiamento e sem condições de plantar a safra de verão, o que pode prejudicar a produção de alimentos no país.

Também representa a Fetag-RS na audiência o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Lourenço Valnei Brose.