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Fetag-RS cobra soluções urgentes para agricultores familiares em reunião com Alckmin
A Fetag-RS esteve em Brasília nesta terça-feira (17) para uma reunião com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. O encontro foi agendado pelo deputado federal Heitor Schuch e teve como objetivo apresentar demandas urgentes voltadas à recuperação da agricultura familiar no estado, que ainda enfrenta dificuldades após os impactos das enchentes. A entidade foi representada pelo presidente Carlos Joel da Silva, que fez um relato detalhado sobre a situação enfrentada pelos agricultores gaúchos.
Ao vice-presidente, Joel reconheceu os avanços já realizados pelo governo, mas destacou que as medidas adotadas até o momento ainda são insuficientes para atender a todos os produtores. “Muitos agricultores não conseguiram resolver o problema das suas dívidas nem buscar novo custeio para plantar a próxima safra. Há produtores que tiveram descontos em parcelas deste ano e do próximo, mas também existem aqueles que perderam tudo e têm dívidas com vencimentos até 2030. Nossa proposta é listar esses agricultores e buscar uma solução para o próximo ano”, explicou o presidente da Fetag-RS. Joel também ressaltou que o endividamento agrícola não é apenas causado pelas enchentes, mas também é fruto de três anos consecutivos de seca no estado, o que exige medidas ágeis por parte do governo.
Outro ponto levantado é a preocupação com o Projeto de Lei que prevê contenção de gastos e altera as regras do PROAGRO, um programa fundamental para a agricultura familiar. O entendimento da Fetag-RS, com o apoio da Ocergs e da Fecoagro, é de que a proposta em tramitação no Congresso não pode ser aprovada sem antes ser revista.
Sobre a linha de crédito emergencial para reconstrução, com rebate de 25% e prazo de oito anos para pagamento, Carlos Joel destacou que o prazo atual se encerra no dia 30 deste mês. “Esse recurso não foi totalmente utilizado porque os produtores estavam focados em resolver suas dívidas e só agora estão pensando em reconstruir. Precisamos ampliar o prazo até junho do ano que vem, alinhado ao Plano Safra, para garantir que o recurso sobrante deste ano possa ser utilizado no próximo”, explicou.
Por fim, o presidente da Fetag-RS destacou a necessidade de ajustes na linha de crédito do BNDES voltada para cooperativas e cerealistas, além do aumento do volume de recursos disponibilizados com ajustes nas linhas. Segundo ele, essa linha ainda roda pouco e precisa ser mais ágil. “Já houve algumas mudanças, mas é preciso permitir que as cooperativas possam acessar diretamente o BNDES. Isso agilizaria o processo e ajudaria os produtores que têm dívidas com cooperativas e cerealistas. Esse é um ponto crucial, pois é a linha que mais precisa rodar para melhorar a vida dos agricultores”, completou.
Carlos Joel finalizou com uma mensagem de compromisso: “Saímos da reunião com a certeza de que temos muito trabalho pela frente. Avançamos em algumas etapas, mas ainda falta muito para salvar todos os produtores. Precisamos equalizar esses processos e trabalhar forte para devolver dignidade aos agricultores. A Fetag-RS chega ao final do ano lutando pelos agricultores e agricultoras e vai seguir em 2025 na luta, até que todos os associados dos nossos 312 sindicatos sejam atendidos”, concluiu Joel.
Também participaram da reunião o gerente de relações governamentais da Ocergs, Tarcísio Minetto, e o diretor-executivo da Fecoagro, Sérgio Feltraco.