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Agricultura familiar gaúcha enfrenta preocupação com previsão de estiagem em 2025
O ano de 2024 trouxe inúmeros desafios para os agricultores do Rio Grande do Sul, marcado por uma das maiores catástrofes climáticas da história do estado. Enchentes devastaram propriedades, destruíram solos e comprometeram a produção agrícola, deixando milhares de famílias em situação de vulnerabilidade.
Com o início de 2025, a preocupação com a previsão de mais um ano de estiagem volta a ser uma realidade. Nos últimos cinco anos, quatro foram marcados por períodos prolongados de seca em diversas regiões do estado, prejudicando ainda mais os produtores. A Fetag-RS alerta que, se a chuva não vier em tempo hábil, os impactos podem ser ainda mais severos, colocando em risco a recuperação esperada para este ano. “A estiagem tem se intensificado e é uma ameaça constante. Precisamos de um olhar atento do governo para mitigar os efeitos dessa realidade que se repete com frequência preocupante”, destacou o vice-presidente da Fetag-RS, Eugênio Zanetti.
Apesar das incertezas climáticas, a esperança de uma safra melhor ainda persiste. Culturas como a produção de leite têm a expectativa de um desempenho superior ao do ano anterior. A Fetag-RS segue articulando medidas junto aos governos estadual e federal para promover a recuperação dos agricultores. Entre as ações prioritárias estão programas de recuperação de solos devastados pelas enchentes de 2024, linhas de crédito emergencial, anistia de dívidas e ampliação de subsídios.
Outra preocupação da Fetag-RS é a situação do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), um seguro essencial para a agricultura familiar, que tem enfrentado desmonte nos últimos anos. Mudanças recentes dificultaram sua contratação, tornando-o praticamente inviável para muitas famílias. Em um contexto de insegurança crescente devido a eventos climáticos extremos, a agricultura e a pecuária não podem assumir sozinhas os riscos da produção. É fundamental que o governo implemente ações que ofereçam suporte ao setor em momentos de crise.
Nesta sexta-feira (10), a Fetag-RS realizou uma reunião por videoconferência com a diretoria da federação e a coordenação das 23 regionais sindicais para avaliar a situação da estiagem no estado. Relatos de impactos já sentidos em diversas regiões aumentam a preocupação com o cenário climático.
Ficou definido que, nos próximos dias, a Fetag-RS e as regionais sindicais continuarão acompanhando a situação. Uma nova reunião, com local ainda a ser definido, ocorrerá no final do mês para atualização e definição de medidas que serão cobradas dos governos. “Na quinta-feira, estivemos com o ministro Paulo Teixeira, que apresentou balanços de 2024, e reforçamos nossa preocupação para a safra de 2025. Se a agricultura familiar tiver mais perdas por causa da estiagem, enfrentaremos um cenário gravíssimo. Os governos precisarão agir rapidamente, e nós iremos cobrar essas ações, especialmente no que se refere ao Proagro, que precisa ser fortalecido e não desmontado, pois oferece garantias ao agricultor, evitando que ele fique endividado”, afirmou Eugênio Zanetti.