O último Censo Agropecuário, realizado no ano de 2017 e divulgado em 2019, mostra a dimensão que a agricultura e a pecuária atingiram ao longo dos anos no Brasil. Mais do que isso, o levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deixa muito claro o quão significativa é a participação da agricultura e da pecuária familiar dentro do setor produtivo.
Para que o levantamento fosse preciso, o IBGE visitou todos os estabelecimentos do agropecuários do país. É assim denominada qualquer unidade de produção ou exploração dedicada, total ou parcialmente, a atividades agropecuárias, florestais e aquícolas, independentemente de seu tamanho, forma jurídica, ou localização.
De acordo com o estudo, em todo o território nacional, são 5.073.324 de estabelecimentos agropecuários, sendo 365.094 (7,2%) no Rio Grande do Sul, que é o quarto estado brasileiro no ranking do IBGE, perdendo apenas para Bahia, Minas Gerais e Ceará, respectivamente. A área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros atinge a marca de 351.289.816 hectares, destes 21.684.558 (6,2% do total) são em solo gaúcho.
Os dados também indicam que 83,7% dos estabelecimentos agropecuários gaúchos têm entre 0 e 50 hectares. Com relação as pessoas ocupadas pelas atividades agropecuárias no Brasil, são mais de 15 milhões trabalham no campo, sendo 992 mil no RS.
Pertencem a agricultura familiar, pela primeira vez incluída no Censo, o que foi possível após decreto que modificou os parâmetros para enquadramento na categoria, 3,9 milhões de estabelecimentos agropecuários, ou 77% do total brasileiro, que cultivam 80 milhões de hectares, com valor de produção de R$107 bilhões.
No Rio Grande do sul, 80,5% dos estabelecimentos foram considerados como de agricultura familiar, detendo 25,3% de toda a área cultivada. O estudo também aponta que a faixa etária de pessoas que vivem no campo é alta, e que o número de jovens está diminuindo, representando um problema para a sucessão rural.
Para a atividade leiteira, o cenário é bem diferente do Censo de 2006. No levantamento anterior, apenas no Rio Grande do Sul, 204 mil estabelecimentos produziam leite. Em 2017, foram contabilizados 129 mil. Por outro lado, a produção leiteira subiu. De 2,46 bilhões de litros (2.503 litros/vaca/ano), para 3,93 bilhões de litros (4.258 litros/vaca/ano).
Para a FETAG-RS o Censo Agropecuário 2017 demonstra, em números, o grande papel que a agricultura familiar desempenha na produção de alimentos no Brasil. No Rio Grande do Sul 80% dos estabelecimentos são da agricultura familiar. Também entendemos que os governos precisam considerar e valorizar a importância da nossa categoria, investindo cada vez mais em políticas públicas incentivem a produção.