NOTÍCIAS

Tudo pronto para o 4° Grito de Alerta em Ijuí

Nesta quarta-feira, dia 2 de abril, em Ijuí, a Fetag, juntamente com as Regionais Missões I, Missões II, Ijuí, Santa Rosa e Três Passos irão realizar o 4° Grito de Alerta. O coordenador da Macrorregional Missões Fronteira Noroeste, diretor da Fetag e presidente do STR de Santo Antônio das Missões e Garruchos, Agnaldo Barcelos, fala sobre as expectativas para a realização deste evento, que vai envolver agricultores de 74 municípios.

Jornal da Fetag – Como estão os preparativos para o 4° Grito de Alerta?
Agnaldo Barcelos da Silva – Estamos com um trabalho intenso num processo de construção, que envolve muitas pessoas em cinco regionais da Fetag: Missões I, Missões II, Ijuí, Santa Rosa e Três Passos. Desde outubro iniciamos as reuniões com  as diretorias dos STR`s com as pré-sugestões de pauta. De lá para cá, caminhamos para a realização da 4ª edição do Grito de Alerta, que vai ocorrer numa época muito especial: Ano Internacional da Agricultura Familiar. Como região, temos grandes desafios pela frente e precisamos promover um grande alerta e debate sobre temas gerais que preocupam a agricultura familiar em nível de Brasil. Dentro deste contexto, reforçar algumas pautas específicas da região, as quais se unem em torno dessa ação que o Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (MSTTR) coordena nesses eventos. 

Jornal da Fetag – Qual é o foco principal dessa edição do Grito de Alerta?
Agnaldo – Nós vamos aproveitar a “carona” do Ano Internacional da Agricultura Familiar para travarmos com a sociedade um debate. Em primeiro lugar pela valorização da agricultura familiar, isto é, a importância, não apenas econômica, mas também social e estratégica para o desenvolvimento futuro da região. Na verdade, o mundo inteiro precisa se voltar, de fato, para a produção de alimentos, para a produção da agricultura familiar, já que ela é responsável, em média, por mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa das pessoas. Além disso, queremos reforçar o segmento, como pilar estratégico para o desenvolvimento sustentável da região, e que a agricultura familiar receba mais incentivos e com isso pensar estratégias de convivência, inclusive com as intempéries, que é um fator cotidiano na região. Estamos diante de um ano bom, basta olhar para as lavouras de soja, cuja tendência é apresentar elevadas produtividades. Agora, a pergunta que fica: essa monocultura tem provocado desenvolvimento nas regiões ou contribuído para esvaziar, cada vez mais, o meio rural? Esses são temas que estamos abordando em 74 municípios, através de encontros, onde a todos será dada a oportunidade de elencar seus pedidos específicos, seja asfalto, dificuldades de acesso, saúde, educação, enfim, que o Grito de Alerta seja um porta-voz das comunidades trazendo suas demandas.

Jornal da Fetag – Que conquistas foram obtidas em edições anteriores do Grito de Alerta?
Agnaldo – Uma conquista que talvez não apareça tanto, mas se percebe o resultado, é o comprometimento da região em buscar soluções. Se pegarmos do ponto de vista financeiro, a partir do Grito de Alerta em Santa Rosa, o financiamento dos R$ 10 mil trouxe benefícios para toda a região; tivemos melhorias no Pronaf; na habitação rural, enfim, o Grito de Alerta é o lançamento do Grito da Terra, que o MSTTR faz historicamente. Então, nós estamos conseguindo, a partir de nossa região, fazermos antes e darmos o pontapé inicial para as negociações que a Fetag e Contag vão assumir a partir dali.

Jornal da Fetag – Os agricultores se sentem envolvidos e motivados em sair às ruas e brigar pelas suas reivindicações no Grito de Alerta?
Agnaldo – Com certeza. Basta olhar nas últimas edições do Grito de Alerta e, internamente, os STR`s compararem o número de associados irão constatar que aumentou. E por que isso aconteceu? Porque os agricultores têm tido, cada vez mais,  a certeza que o STR está atuando para defender aquilo que o preocupa no dia a dia. Então, o Grito de Alerta para nós também está sendo estratégico no sentido de que o agricultor se aproxime de sua entidade e participe. Isso tem se refletido no engrandecimento do MSTTR. Inclusive, acredito que outras regiões deveriam pensar em atos desse tipo para levantar suas demandas locais, uma vez que em eventos com pautas em âmbito estadual ou mesmo nacional, com tantas reivindicações, acabam  muitas delas ficando em um segundo plano. E quando se tem uma ação local ou regional se consegue dar ênfase e isto automaticamente te aproxima das comunidades e da sociedade.

Jornal da Fetag – No último Grito de Alerta, em Santo Ângelo, no ano passado, foram mais de sete mil pessoas. Qual a expectativa em Ijuí?
Agnaldo – Sem dúvida, um grande desafio para todos nós. A produção em 2013 foi muito boa e a perspectiva de colheita é bastante favorável. Estamos trabalhando com a meta mínima de cinco mil pessoas. Jornal da Fetag – Qual o chamamento que gostarias de fazer para que o MSTTR com o um todo participasse do Grito de Alerta?Agnaldo – Na última edição, tivemos a participação de muitas regionais. Temos que lembrar que se trata de um ato em que a Fetag está à frente de todo o processo. Eu gostaria de convidar os agricultores e as lideranças sindicais do Estado para que possam se somar a nós, em Ijuí, para fortalecer essa atividade e, com isso, demonstrar toda a nossa união. Além disso, todos sabem da importância e repercussão que alcançamos nesses anos com esse somatório. Fizemos o 1° Grito com uma regional, o segundo com cinco, o terceiro com mais de dez e esperamos que na presente edição poderemos ter ainda mais regionais participando.