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OPINIÃO: Tratores na cidade. Que tal?

Lauro Baum, presidente do STR de Lajeado

O emplacamento ou não de máquinas agrícolas é uma discussão que se arrasta há tempo. No entanto, agora, as partes atingidas (novamente os agricultores) estavam otimistas de ver o impasse solucionado. O alívio não veio e a preocupação continua.
Faço uma reflexão em nome das pessoas envolvidas na questão, que tiram o sustento na produção de alimentos e dependem, cada vez mais, do uso da máquina agrícola para a execução das tarefas, desde o preparo do solo até a colheita.
Aí vem o governo e quer exigir o emplacamento de tratores. Mas, e as máquinas antigas, de 15 ou 20 anos de uso, já trocadas, vendidas e compradas várias vezes e nem sequer existem mais documentos. Afinal, trabalhador de verdade não necessita deste detalhe. Basta a palavra, a honra por seus compromissos e a ferramenta de trabalho. Estes tratores antigos também não estão equipados com os itens obrigatórios hoje exigidos. No entanto, executam o mesmo serviço que um novo.
Será que terão algum benefício ou incentivo na compra de um veículo agrícola novo assim denominado? Ou vão precisar abandonar sua atividade? Ou ainda, será que depois de emplacado e com habilitação – outra exigência do governo-, podem ir de trator fazer os negócios nos centros urbanos? Claro, pagando estacionamento, já que passa a ser denominado veículo!
Se o emplacamento está atrapalhando os proprietários de tratores e similares, imaginem se começarem a circular nas vias urbanas! Por que, não, afinal, acredita-se que passa a ser legal e não há placas proibitivas.
Ou será que, exigindo o emplacamento destes equipamentos, o propósito realmente se resume a encher os cofres públicos para pagar despesas já realizadas? Com tanta polêmica, seria melhor deixar o agronegócio agregar mais na economia sem atrapalhar e dificultar a atividade no meio rural. Torcemos para que o Congresso Nacional reverta essa situação que gera tanto desconforto.