NOTÍCIAS

Opinião: A agricultura e o Plano Real

Lauro Baum, diretor do STR de Lajeado

1° de julho de 1994 – 2014. 20 anos do Plano Real que desbancou a inflação, ordenou (parcialmente) preços, juros e devolveu a credibilidade ao País em nível mundial. Se esta data é histórica para o governo e o Brasil, a agricultura em especial tem dado sua participação como, possivelmente, nenhum outro setor da economia. Essa afirmação não tem nenhum exagero, tanto é que assim foi anunciado por órgãos do governo e a própria Presidência da República.

Nessas duas décadas de Plano Real, o País vive uma realidade para melhora inestimável. Afinal, como em toda situação, sempre há algum beneficiado, acredito que um grupo muito restrito possa ter saudades do período de inflação galopante, em que os  preços nos supermercados chegavam a sofrer dois reajustes por dia. Uma situação insustentável.
Mas, e a agricultura, o que tem a ver com essa história? Muito. Como diz o próprio governo que “a agricultura é a âncora do Plano Real”, mas, isto não é nenhuma intenção da classe. Pelo contrário, é o peso carregado por estes trabalhadores, explorados de forma que sua produção a vender não vem sofrendo os mesmos reajustes como o mercado em geral. Se não bastasse, os insumos necessários para plantar e colher – quando o clima permite – também aumentaram mais do que a inflação anunciada. Para se ter uma ideia, durante o período do Plano Real, a inflação oficial ficou em torno de 360% pontos, menos da metade do primeiro semestre de 1994, quando superou os 750%. No entanto, os preços médios dos principais produtos agrícolas ficaram muito abaixo desse percentual. Então, se até aqui a agricultura salvou o governo do calote da inflação, a partir de quando haverá um tratamento justo para esta classe que, além de um modo de vida, é o caminho do desenvolvimento … enquanto resistir.

Assessoria de Imprensa – 11/07/2014