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Fetag recebe candidato à presidência Eduardo Campos

A sala de reuniões da Fetag esteve lotada hoje à tarde (31) quando o candidato à presidência da República pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo Campos, visitou a Federação acompanhado da vice Marina Silva, de Elton Weber, Heitor Schuch, Beto Albuquerque e José Ivo Sartori, candidatos a deputado estadual, deputado federal, senador e governador, respectivamente. O grupo foi recebido por lideranças, dirigentes, assessoria e funcionários da Fetag. Dezenas de jornalistas, correligionários e alguns candidatos à Assembleia Legislativa e Câmara Federal também estiveram presentes.
A Fetag abriu suas portas para o visitante ilustre numa situação inédita: é a primeira vez que um postulante à Presidência da República visita a sede da entidade. O presidente Carlos Joel da Silva aproveitou a oportunidade para entregar a pauta da Federação aos candidatos Eduardo Campos e José Ivo Sartori, destacando os principais pontos. Ele recordou que mais de 30% dos agricultores no Estado trabalham em terras de terceiros e que desde 2009 não houve assentamento. Falou também dos projetos que estão parados, especialmente os que dizem respeito ao acesso à terra e à reforma agrária, além das questões pendentes em relação ao crédito fundiário. E que políticas como o Proagro e o PGPAF necessitam de mecanismos de aperfeiçoamento, defendendo ainda um Pronaf diferenciado em relação à agroecologia.
Joel ainda destacou a importância de melhoria na infraestrutura das propriedades a fim de manter os jovens no campo – energia elétrica, internet, celular… além de investimentos em outras formas de transporte da produção, seja por via ferroviária ou hidroviária. Também o armazenamento de grãos, a pecuária familiar, a assistência técnica, a implementação real do Suasa, a segurança pública e o abigeato, a demarcação de terras indígenas, a compensação por preservação ambiental, a educação voltada para o meio rural, a defesa do SUS, os problemas enfrentados pelos assalariados rurais e a necessidade de aumentar o volume de recursos para serem investidos na habitação rural, este último tópico apresentado pelo presidente da Cooperativa Habitacional da Fetag – Coohaf, Juarez da Rosa Cândido, foram elencados por Joel como pontos essenciais nos programas de governos federal e estadual.
O presidenciável Eduardo Campos disse que a visita é um gesto político de respeito à agricultura familiar. Ele citou as antigas ligas camponesas de Pernambuco, da década de 60, e também as contradições entre latifúndio e exclusão social explicitadas pela casa grande e senzala. Num diálogo afinando com a vice Marina, notoriamente ligada à defesa ambiental, Campos acredita que a relação entre o homem e a natureza esgotou-se, citando inclusive os problemas ora de seca, ora de enchente, enfrentados pelos gaúchos. Ele defende que os avanços no Brasil passam, obrigatoriamente, por um olhar diferenciado para o que é diferente, numa clara alusão ao trabalho do trabalhador rural. E que há inúmeras realidades no país que exigem políticas específicas e que, para isso, o diálogo é fundamental. Campos reiterou seu compromisso com o campo, que deve ser um lugar animado, livre e feliz.
Presentes à mesa, ainda, o tesoureiro-geral da Fetag, Sérgio de Miranda, falou em nome da Central dos Trabalhadores do Brasil – CTB-RS, da qual é presidente em exercício, destacando a importância da valorização dos trabalhadores do campo e da cidade; o presidente licenciado da Fetag e candidato a deputado estadual, Elton Weber, falou do desafio de representar os agricultores na Assembleia após 22 anos de militância no Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais – MSTTR; o deputado estadual Heitor Schuch, candidato a deputado federal, ressaltou a importância das políticas públicas para o desenvolvimento rural, nominando a Fetag como “a trincheira da agricultura familiar no RS”. Ele defende que os agricultores devem ter os mesmos direitos dos trabalhadores da cidade; o deputado federal Beto Albuquerque, candidato ao senado, falou de seu compromisso com a agricultura familiar, do papel do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA e da necessidade da sucessão rural; José Ivo Sartori, candidato ao governo do Estado, contou que, aos 15 anos, acompanhou o surgimento da Fetag a partir da união de agricultores e Igreja Católica. Sartori disse que a missão da Fetag dá uma boa orientação até para o trabalho a ser realizado por Campos na presidência da República e arrancou aplausos ao enaltecer o trabalho das mulheres trabalhadoras ruaris “com sua sensibilidade e grandeza para a mobilização” e; Marina Silva, candidata a vice-presidente na chapa de Campos, enfatizou que o sucesso da agricultura familiar deve-se à luta dos agricultores. Marina falou um pouco de sua origem extrativista, da parceria com Chico Mendes, da importância da agricultura familiar para a diversificação da produção e, numa linha mais tênue, de equacionar agricultura e meio ambiente, “produzir, mas protegendo as nascentes e recursos naturais, a favor de uma agricultura que dure para sempre”. Marina disse que, no seu governo, a ideia é de uma “carta dos brasileiros e não aos brasileiros”.
A questão da demarcação das terras indígenas no Estado foi levantada pelo presidente Carlos Joel como prioritária para a Fetag, que não aceita a desapropriação de terras da agricultura familiar para esse fim. Joel argumentou que a falta de medida incisiva do estado de direito sobre o assunto já resultou em mortes no RS, no conflito de Faxinalzinho em abril deste ano. Eduardo Campos e Marina Silva entenderam a posição da Fetag e comprometeram-se com ela. 

Assessoria de Imprensa – 31/07/2014 – Izabel Rachelle (51) 9325-2162