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FETAG-RS participa de Audiência Pública sobre setor do tabaco

Segue grande a preocupação da FETAG-RS, das entidades e dos parlamentares gaúchos sobre o desmonte provocado pelas indústrias no setor de tabaco. Na manhã desta quinta-feira (23), por reivindicação da FETAG-RS e solicitação do deputado estadual Elton Weber, a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa promoveu uma Audiência Pública que reuniu, por videoconferência, deputados estaduais, federais, representantes de federações e das indústrias fumageiras.

Recentemente, a FETAG-RS, em nota assinada em conjunto com a FETAESC, FETAEP e AFUBRA, denunciou o descaso das indústrias perante os produtores, que não estão sendo remunerados de forma justa pela sua produção e, em alguns casos, são excluídos pelas empresas devido ao seu injusto sistema de classificação da produção.

Na safra 2019/2020 o alto rigor de classificação imposto pelas indústrias derrubou os prelos que são pagos aos produtores, deixando-os no prejuízo, já que os custos de produção estão cada vez mais altos devido a fatores como a alta do dólar.

O presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, que representou a federação na audiência, encaminhou uma série de contribuições da federação que visam a continuidade das atividades que hoje são fonte de renda para muitas famílias no Rio Grande do Sul, número que vem caindo nos últimos anos. Dentre elas, a criação de um Fórum para dirimir conflitos quando indústria e produtores não conseguem chegar a um consenso sobre valores pagos pela safra.

Para Joel, “as empresas estão usando artimanhas para não pagar um preço um justo ao produtor. A classificação do fumo é jogada para cima ou para baixo de acordo com a vontade das indústrias, que querem pagar ao produtor o mínimo possível. Não pode ser assim, pois produtor e indústria necessitam um do outro para que possam existir. Se um lado cair, o outro caíra junto”. Ainda de acordo com o presidente Carlos Joel, as empresas deveriam ser obrigadas a comunicar antecipadamente, até o final do ano anterior a próxima safra, os produtores que serão cortados excluídos da cadeia, indenizando-os nos casos em que foram feitos investimentos.

As empresas tiveram espaço para se defender e alegaram fatores como a estiagem, que teria comprometido seriamente a qualidade da produção e o contrabando de cigarros do Paraguai.

Como encaminhamentos da audiência para dar continuidade à discussão de soluções , o deputado Elton Weber citou que devem ser retomadas a negociação conjunta dos preços do tabaco e dos custos de produção; fortalecimento do combate ao contrabando; cumprimento em sua totalidade das regras determinadas pelo Foniagro; e a compra da produção em sua totalidade, e não apenas pelo o que foi contratado.

Um documento da FETAG-RS foi encaminhado para a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa com todas as sugestões da federação.