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FETAG-RS e Regional Litoral reúnem-se com agentes financeiros

Buscando soluções para os problemas causados pelo ciclone bomba que atingiu o litoral norte do Rio Grande do Sul nos dias 30 de junho e 1º de julho, a FETAG-RS e a Regional Sindical Litoral, utilizando ferramenta de videoconferência, reuniu-se com os 5 principais agentes financeiros do Estado que atendem os agricultores familiares gaúchos e apresentou um levantamento elaborado em parceria com a EMATER sobre os prejuízos causados pelo evento climático.

Com ventos fortes que atingiram os 100 km/h e chuva forte, a região teve suas produções olerícolas e frutíferas, especialmente bananas, seriamente afetadas. O levantamento é resultado da integração entre a FETAG-RS, através dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais que integram a Associação Sindical Regional Litoral, EMATER, prefeituras e cooperativas da região.

De acordo com o levantamento, 5 mil agricultores familiares cultivam hortifruti numa área de aproximadamente 16 mil hectares, com média de 4 até 8 hectares por propriedade. Nessas áreas, apenas a bananicultura registra perdas que se aproximam dos R$84 milhões. Na olericultura, os valores são de R$1,7 milhões e em outras fruticulturas totalizam quase R$1,3 milhões.

No entanto, não foram apenas as perdas nas lavouras que estão afetando os agricultores familiares da região, pois muitas famílias tiveram prejuízos estruturais em residências, galpões e afins, sistemas de produção, sistemas de proteção e estufas, que totalizam quase R$6 milhões.

Na reunião de hoje, a FETAG-RS e a Regional Litoral, apoiados pela Emater, apresentaram demandas para que os agricultores familiares possam buscar apoio das instituições financeiras. Participaram da videoconferência representantes do Banco do Brasil, do Banrisul, da Cresol, do Sicoob e do Sicredi.

Dentre as solicitações, agilidade no atendimento aos agricultores dentro das agências; substituição de operações de custeio por operações de investimento para recomposição das áreas afetadas; abertura de crédito de investimento para recomposição de bananais e estruturas de produção; prorrogação de pagamentos aos agricultores que tenham contrato de operação de investimento de qualquer objeto.

As instituições afirmaram que concederão prorrogações nos pagamentos, mediante laudos da Emater, e que as operações de custeio poderão ser substituídas por investimento. Para recuperação de perdas em estrutura ou em cultivos, os financiamentos já estão disponíveis.

A FETAG-RS, através dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da região, e a EMATER, orientarão todos os agricultores para que se dirijam as suas agências nos próximos dias, assim como cobrarão agilidade das instituições no atendimento e nas negociações.

Para o presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, “as instituições financeiras se mostraram dispostas a negociar com os agricultores, que agora devem procurar suas agências para formalizar os acordos. Seguiremos acompanhando a situação e intervindo se for necessário”.

 

A região do litoral norte, dias depois do ciclone bomba, foi atingida por fortes chuvas que causaram ainda mais estragos, que não estão incluídos no levantamento. Um novo estudo está em fase final de produção para detalhar os prejuízos.