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FETAG-RS apresenta balanço de 2019 à imprensa

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (11), na sede da Federação, em Porto Alegre, a FETAG-RS divulgou dados da agricultura familiar em 2019 e apresentou perspectivas futuras para o setor.

 

 
O presidente Carlos Joel da Silva, que estava acompanhado pela diretoria da FETAG-RS, fez uma apresentação para a imprensa ilustrando a importância da Agricultura Familiar, tendo como base os dados do Censo Agropecuário de 2017, divulgado recentemente. 

 

 
O peso da agricultura familiar na economia, que corresponde por 77% dos estabelecimentos rurais do país; o número de pessoas ocupadas na atividade, que ultrapassa a marca de 719 mil trabalhadores no Estado; e a participação da agricultura familiar na cesta básica, ilustrando a porcentagem de produção das famílias em cada item, foram alguns dos dados divulgados para a imprensa. 

 

 
A Década da Agricultura Familiar, declarada pela ONU, foi um dos parâmetros utilizaos pelo presidente Carlos Joel da Silva em sua fala, que apresentou os 7 Eixos do Plano de Ação Global que visam a fortalecer a agricultura familiar em todo o mundo. No entanto, para a FETAG-RS, o Brasil está indo na contramão. Como exemplos, foram citadas a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR), fechamento de escolas rurais, a inoperância do Programa Nacional de Crédito Fundiário, impossibilitando o acesso à terra, o enfraquecimento das estruturas de representação de classe, a discussão da reforma sindical no Congresso e o alto índice de indeferimentos dos benefícios previdenciários, que chegam a 60%.

 


Para Carlos Joel, “2019 foi um ano difícil, mas de grandes lutas para o movimento sindical. Lutamos contra a retirada de direitos dos trabalhadores rurais na reforma da previdência e conseguimos deixá-los de fora. Foi uma vitória. No entanto, estamos vendo que a agricultura familiar não está sendo devidamente reconhecida. Precisamos que os governos criem mais do que políticas públicas que fortaleçam a atividade. É preciso um projeto de crescimento da agricultura familiar em nível de Brasil”. 

 

 
Joel também destacou a situação do leite, onde algumas famílias já abandonaram a atividade devido aos altos custos e a baixa renda gerada, e o arroz, que apesar da melhoria nos preços ainda continua com problemas. O presidente citou o momento que a pecuária está vivendo, de certa euforia devido às exportações para a China, o que acabou elevando os preços das carnes, no entanto, é importante salientar que o país asiático poderá resolver seus problemas internos em breve, deixando de comprar do Brasil. 

 

 
No encerramento, a FETAG-RS apresentou uma série de propostas para 2020 em prol da agricultura familiar, dentre elas, a redução da taxa de juros do Pronaf custeio e investimento, adequando à novasituação econômica brasileira; Fortalecimento do Proagro Mais, com a diminuição das alíquotas e a retirada do teto para a indenização da Garantia de Renda Mínima; mais investimentos na ATER pública e publicação de chamadas para seleção de entidades e empresas para oferta de assistência técnica às propriedades gaúchas; a retomada do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) e do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). 

 

 
A coletiva foi encerrada com um café com produtos das agroindústrias familiares.