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Parlasul trata sobre cadeia leiteira em Montevidéu

Atendendo uma demanda da FETAG-RS, com proposição do deputado federal gaúcho Heitor Schuch, foi realizada, nesta terça-feira, em Montevidéu, no Uruguai, uma audiência do Parlamento do Mercosul (Parlasul) que debateu setor leiteiro dentro do bloco comercial que é constituído por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (a Venezuela está suspensa desde 2016).

Representantes de entidades dos países membros estão tendo, pela primeira vez, a oportunidade de tratar sobre o leite, um dos produtos que mais sofre influência em virtude do Mercosul, principalmente brasileiro, tornando-se ainda mais prejudicial para o Rio Grande do Sul. 

Representando a FETAG-RS, o vice-presidente Nestor Bonfanti, em sua fala, abordou os problemas que estão tornando a atividade leiteira pouco rentável para as famílias, responsáveis por grande parte do leite produzido. Para Bonfanti, “está cada vez mais difícil permanecer na atividade. Os custos estão cada vez maiores o que acaba diminuindo a renda. Com menos renda, menos pessoas continuam na atividade. Os jovens estão saindo do campo e a sucessão não está ocorrendo”. 

Ainda de acordo com Nestor Bonfanti, o acordo do Mercosul é prejudicial para o leite brasileiro, sendo imprescindível uma revisão “seja através de cotas ou com outras possibilidades que podem ser discutidas, principalmente num momento em que estamos fechando um acordo com a União Europeia, o que abre mais espaço para o diálogo com o setor. É preciso, também, abrir o Mercosul para que o produtor brasileiro possa comprar insumos dos países vizinhos com preços mais baratos”.

Ao final do evento, foi redigido um documento apontando as conclusões atingidas após as conversas. Dentre elas, a necessidade de fomentar projetos de integração entre o setor público e o privado; impulsionar políticas públicas regionais que visem o fortalecimento da agricultora familiar, a segurança alimentar, e melhorarias de infraestrutura e de logística para melhorar a competitividade; apoiar os pequenos produtores com instrumentos financeiros e técnicos. 

Em dia de posse presidencial, a Argentina não enviou representantes.