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Um ano de lutas e 2019 não será diferente

     O ano de 2018 foi extremamente trabalhoso, o que exigiu da FETAG ações fortes. Lá em janeiro, começavam os problemas na cadeia leiteira – o que se repete agora – e com a Reforma da Previdência Social, outro tema que volta com o novo governo, a partir de janeiro. O leite e a reforma previdenciária exigiram ações, entre as quais diversas mobilizações do movimento sindical, o que deve se repetir no começo do ano novo.
     Ao mesmo tempo, houve uma produção estável, pode-se dizer que boa, ao contrário dos preços. No caso do leite, por exemplo, os valores pagos ao produtor, tiveram uma queda de 24,4% de acordo com os dados do Conseleite e em alguns lugares foi registrado pela FETAG uma queda de 30% de julho a novembro. Nesse mesmo período, em decorrência das eleições, a elevação do dólar fez com que o custo de produção aumentasse em torno de 20%.
     Deste modo, os produtores de leite estão longe de cobrir os custos de produção. A desregulação cambial também afetou a produção de frangos e suínos, que sentiram na os custos aumentarem pela elevação das commodities, que afetam diretamente o preço da ração. Mesmo assim, a FETAG e os seus Sindicatos dos Trabalhadores Rurais seguem na luta e cumprem com o seu papel, na busca pela melhoria de preços, denunciando a importação desordenada de leite em pó e trabalhando para que o produtor rural tenha o amparo do Estado nas horas de desregulação do mercado.
     E neste ano de eleições, nas esferas estadual e federal, com as mudanças de governantes, a FETAG não perde tempo, busca espaços e já se colocou à disposição para ajudar na construção de políticas públicas, bem como cobrá-las caso não venham conforme as necessidades da agricultura familiar.
Em relação a 2019, ainda há muita apreensão. Se espera que seja um ano melhor, de boa produção, de preços compensadores e, principalmente, com algumas questões que precisam de respostas, entre as quais se será mantida a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR)? Além da manutenção da pasta, estamos na expectativa de promover uma parceria com o governo e avançar nas políticas públicas existentes.
     No governo federal, já sabemos que a Sead foi para dentro do Ministério da Agricultura, que será comandado por Tereza Cristina. Já estivemos em reunião com ela, a qual conhece o setor. O secretário nacional da Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke, ex-prefeito de Rio Pardo, que mesmo antes de ter seu nome confirmado pela ministra, procurou a FETAG e se colocou à disposição para a realização de parcerias. O que é muito bom, pois ele tem muita afinidade conosco. Inclusive, Schwanke aventou a possibilidade de criação de políticas novas e a melhoria das existentes.
     Então, as perspectivas são boas. Porém, nos preocupa a reforma da Previdência Social, que vem aí. E não sabemos como os rurais estarão nela com o novo governo. No entanto, a FETAG está preparada para fazer o seu trabalho, desempenhar o seu papel junto aos STR`s e fazer em 2019 um ano de conquistas para a agricultura familiar e de avanços nas políticas públicas.

Por Carlos Joel da Silva, presidente da FETAG

Assessoria de Imprensa – 21/12/2018 – Luiz Boaz