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FETAG coloca sanidade animal em debate para o Brasil

     A FETAG realizou na manhã a hoje (29), com transmissão “ao vivo” pelo Canal Rural para todo Brasil, um fórum de debates sobre Sanidade Animal, Desafio da Agricultura Familiar, na Arena do Canal Rural na Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A Federação, numa parceria com o Fundesa e o Canal Rural, ao longo de toda manhã houve debate sobre os desafios da sanidade animal e da biosseguridade nas cadeias produtivas de aves, suínos e bovinos. O vice-presidente da CONTAG, Alberto Broch, participou do fórum, bem como centenas de lideranças e agricultores que vieram nas excursões organizadas pelos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais.
     Intitulado como o Dia da Agricultura Familiar, o Canal Rural lançou o Projeto Nação Agro, o qual será desenvolvido entre a FETAG e a Mahindra, fabricante de máquinas, com a finalidade de potencializar a imagem da agricultura familiar. “Vamos mostrar a força do campo via agricultura familiar, dando vez e visibilidade às pessoas que fazem o meio rural acontecer”, sintetizou o presidente da FETAG, Carlos Joel da Silva.
     Momento antes dos debates iniciarem, Joel falou sobre a campanha de Valorização do Voto às eleições em outubro, que a entidade está desenvolvendo. Ele explicou que a Federação e o conjunto do movimento sindical entendem que o voto é a chance concreta para exercer a cidadania. “Existe uma desilusão com a classe política, com os desmandos nos três poderes, a impunidade, a falta de respeito com o cidadão, os direitos e com o dinheiro público. E diante deste contexto, a FETAG defende a participação cidadã de todos através do voto consciente, tendo em vista que anular o voto não tem nenhum efeito”, justificou.

     SECRETÁRIOS
  
   O secretário Tarcísio Minetto, do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), destacou o espaço importante do fórum dentro da Expointer em buscar sustentabilidade e novos caminhos para a agricultura familiar. Já o secretário da Agricultura, Abastecimento e Irrigação, Odacir Klein, enfatizou o diálogo com a FETAG, que para ele é altamente construtivo, pois como entidade representativa o faz com coerência. “O diálogo com o Joel e demais integrantes de sua diretoria facilita a busca por soluções e avançamos bastante em questões de inspeção e sanidade. Temos que vencer alguns aspectos corporativistas, mas que haja o entendimento de determinadas ações”, frisou Klein.
   
    SUÍNOS

   O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do RS (ACSRGS) Valdecir Folador disse que 99% dos produtores de aves e suínos são agricultores familiares, dos quais nada menos do que 8 mil são suinocultores. “Somos produtores, mas também consumidores do que produzimos. A pequena propriedade é pequena só em tamanho, pois é grande a produção, e tem uma relevância socioeconômica enorme. Somos favoráveis às regulamentações, no entanto, quando forem criadas normativas, que o produtor possa cumpri-las”, defendeu. Já Luis Gustavo do Nascimento, conselheiro da Indústria de Produtos Suínos do RS, contou que a biosseguridade na suinocultura, bem como em bovinos e aves, é voltada à prevenção de enfermidades. 

    AVES

   José Eduardo dos Santos, diretor executivo da ASGAV, revelou que 160 países são atendidos pela avicultura gaúcha, bem como o país como um todo. Sem biosseguridade e prevenção sanitária, conta, não teremos alimentos. “Temos a preocupação de atender os mercados. A Gripe Aviária, por exemplo, dizimou milhões de aves e com elas levou milhares de produtores. Precisamos de um orçamento considerável para prevenção e defesa sanitária. O orçamento não está de acordo com o grande diferencial que representa na balança econômica o segmento. Que não tenhamos tanta fragilidade. Nada menos do que 7.500 famílias vivem do setor e estamos fazendo ações para o atendimento das normas de biossegurança. A participação da FETAG, Fundesa e Ministério da Agricultura têm sido fundamental, pois tal interação é vital para a obtenção de alimento seguro. Buscamos alcançar, cada vez mais, o crescimento do agronegócio”, observou.

     LEITE

   Alexandre Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindilat) mostrou em sua apresentação que 65 mil famílias estão inseridas na produção leiteira gaúcha. Guerra citou o Programa Aliança Láctea, que envolve os três estados do Sul (RS, PR e SC) e que hoje detém 38% da produção nacional. “Em seguida passaremos para 50%”, projetou. 
E quando se fala em buscar mercado externo, continua o dirigente, se faz necessário priorizar o controle sanitário, em especial a brucelose e a tuberculose. “Temos que reforçar a assistência ao produtor para o controle da sanidade. E cobrou a falta de vacinas”, reclamou. Ele destacou a importância do Fundesa e lembrou que não existe indústria sem produtor e vice-versa, mas na ponta está o consumidor.

     MAPA

    Representando o Ministério da Agricultura esteve Bernardo Todeschini, mestre em Ciências Veterinárias pela UFRGS. Começou ressaltando que todas as informações dadas até o momento eram importantíssimas. E desmistificou o termo Biosseguridade. “Todos nós a utilizamos no cotidiano, como o ato de lavar as mãos, não mandar para a escola o filho doente, enfim são ações de prevenção a enfermidades. Biosseguridade é isso tudo, mas aqui se aplica aos animais. Prevenir a introdução de enfermidades onde elas não existam ou eliminar/reduzir onde por ventura tenha se instalado”, mostrou.
Todeschini comparou a população do planeta, que hoje é de 7 bilhões de pessoas. “O mercado é crescente. Todo consumidor quer comer e sair vivo ou não ficar doente. Caso contrário, perderá o consumidor. Temos que oferecer segurança e qualidade nos alimentos. A prevenção é uma espécie de seguro na propriedade e assim o produtor terá menor chance de risco no plantel. A enfermidade pode ser um fator determinante na sustentabilidade da atividade, não apenas na dizimação do plantel, mas em quedas de produção e, consequentemente, renda”, completou.

Assessoria de Imprensa – 29/08/2018 – Luiz Boaz