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O impasse da habitação rural

A questão da habitação rural foi a principal pauta do documento entregue por comitiva dos agricultores familiares ao gerente da agência da Caixa Econômica Federal em exercício, Marcos Garzão. O vice-presidente da Fetag, Nestor Bonfanti, disse que a habitação rural é muito mais social do que o próprio financiamento de tratores. “Casas bonitas, jardins, hortas, biodigestores… Os jovens não têm mais vergonha de morar no interior”. Os números dão conta de 376 reformas lançadas e solicitadas para o governo federal como prioridades; 668 reformas ainda em estoque nas agências, sendo que alguns grupos já foram devolvidos para os sindicatos; 364 unidades de casas novas não autorizadas pelo governo, com os agricultores aguardando a liberação de recursos. Por causa desses dados, Bonfanti disse da necessidade da normatização urgente do Minha Casa Minha Vida 3, do Programa Nacional de Habitação Rural- PNHR, fase 3; da garantia de orçamento anual conforme pauta em negociação e; melhoria do PNHR, incluindo o projeto, além de políticas integradas como biodigestores, energia solar, cisternas e quintais produtivos.

A assessora Deise Santos, da Regional Ijuí, relatou as demandas represadas há dois e três anos, incluindo as dos municípios. Ela falou da necessidade de retomada dessa política pública, através do Minha Casa, Minha Vida, inclusive para a construção civil e comércio. O presidente da Associação Sepé Tiaraju e do STR de São Luiz Gonzaga, Giovani Hoff, lembrou que, quando o programa funcionava bem, a Caixa foi sempre muito rápida. O programa, disse ele, trouxe alegria e dignidade para o agricultor, além da moradia em si. Genoveva Haas, presidente do STR de Santo Cristo, falou da importância da casa para as mulheres, “ter orgulho da casa”, um lugar digno para descansar e acordar renovado.

Filho de agricultores familiares, Garzão contou de sua trajetória na Caixa, quando na sua primeira semana de trabalho em dezembro de 2008, foi a assinatura de 79 contratos de habitação rural. Ele disse que “dá uma realização quando assinamos um contrato de habitação, seja rural ou urbano, que isso fortalece e eleva a autoestima dos contratantes”. Ele lamenta que o Minha Casa, Minha Vida esteja parado e gostaria de novas liberações para dar continuidade ao programa. E disse da importância da representatividade da categoria dos agricultores familiares pelos sindicatos para assegurar os direitos dos trabalhadores.

O presidente do STR de Três Passos, Erhardt Hepp, diz que atualmente o maior stress dos sindicatos diz respeito à habitação rural. E que, apesar das inúmeras casas construídas, ainda há muito a fazer. Para o gerente de pessoa física da agência, Leandro Griebler, que acompanhou a reunião, a casa não é só o bem, entra a questão do sonho, da sustentabilidade e da sucessão rural, evitando o êxodo e aumentando a qualidade de vida. “O governo deveria ver isso”, afirmando que “está no DNA da Caixa a questão da habitação”.

 

Assessoria de imprensa – 11/05/2016

De Três Passos, Izabel Rachelle (51) 9325-2162