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De volta à França

     Parece que foi ontem que Celine Fournier e Máxime Leportier saíram da França rumo à América para se apropriarem de como funcionam as pequenas propriedades, em especial a produção de orgânicos, em parte da América do Sul. Mas passaram-se 450 dias, foram percorridos 35 mil quilômetros entre caronas e ônibus e gastos R$ 45mil, descontando as passagens aéreas – isso inclui cerca de três meses destinados ao turismo e os outros 12 ao voluntariado. Eles estavam no Brasil quando completaram 26 anos – os 27 anos de Celine foram comemorados no Peru e os 27 de Máxime na Argentina. Cabelos crescidos e pele queimada pelo sol, o jovem casal assegura que encontrou mais do que procurava e leva na bagagem inúmeras amizades que, eles esperam, possam fazer o caminho inverso e visitá-los na propriedade que vão comprar nos alpes franceses.
     O projeto do casal de agrônomos franceses de vivenciar a realidade noutros países para confrontá-la com aquela vivenciada em seu país foi cumprido com sucesso e fortaleceu a ideia inicial de serem agricultores familiares. Eles contam que presenciaram diferenças nas técnicas de cultivo, mas que a problemática que envolve homens e mulheres do campo são os mesmos: a migração da juventude para as cidades, a irrigação das lavouras e a dificuldade de comercialização. Celine e Máxime elogiaram o trabalho feito por Emater, Embrapa, sindicatos e cooperativas junto aos agricultores, bem como o programa de merenda escolar que eles viram apenas no Brasil, mas que acreditam que a França possa vir a implementar num futuro próximo. Por outro lado, eles lamentam que a mesma língua que une Uruguai, Argentina, Bolívia, Peru, Equador e Chile não seja utilizada como um facilitador na troca de tecnologias entre esses países.
     Perguntados sobre de que sabor de casa sentiam mais falta, Celine não titubeou e falou queijo! Máxime citou o pete e explicou que é uma espécie de carne moída em conserva. Esse é o gosto que o paladar deles vai sentir muito em breve. Amanhã (7) o casal embarca para a França, onde devem cumprir uma série de compromissos em associações, escolas agrícolas, cooperativas a fim de contar a sua experiência. Isso jé foi feito durante toda a viagem através do site devenirpaysan.wix.com e do facebook, como se fosse um diário de bordo. Mais adiante, eles começam a procura pelo pedaço de terra, entre cinco e dez hectares, para viver com qualidade e produzir seus orgânicos, integrando-se com a família e a comunidade. Muitas vezes, vão correr os olhos pelas 13 mil fotos tiradas ao longo da jornada, rever trechos dos cinco documentários que produziram e reler os 20 artigos que escreveram durante um ano e três meses que foram um lição de vida, quando perceberam-se parte do planeta e não apenas cidadãos de um único país.

Assessoria de Imprensa – Izabel Rachelle – 07/04/2016