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Perdas atingem infraestrutura e lavouras

     Os temporais que assustaram e causaram transtornos a milhares de gaúchos nos dias 14 e 15 de outubro não fizeram distinção entre áreas urbanas e rurais. Enquanto as cidades padeceram porque a água não tem para onde ir, no campo as lavouras foram penalizadas com granizo, vento e precipitações acima da média. Conforme o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, há dois problemas distintos e com a mesma importância: de um lado, há milhares de famílias sem moradia e, de outro, as perdas na produção.
     Joel orienta que os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais façam o levantamento das perdas junto à Defesa Civil para que telhas e outros materiais de construção possam ser destinados imediatamente para os reparos nas pequenas propriedades. E que, num segundo momento, avaliem também as perdas em relação às lavouras para que a Fetag possa encaminhar junto aos governo federal, estadual e municipais as demandas necessárias para plantio e infraestrutura. O dirigente ainda ressalta a importância de o produtor ir ao banco e requisitar vistoria a fim de acionar o Proagro.
     Ainda no dia 14, o governador José Ivo Sartori anunciou a negociação para quitar as dívidas com as prefeituras referentes a 2014 e os repasses atrasados deste ano. Também o decreto coletivo de situação de emergência, que abrangeu inicialmente 26 cidades, conforme levantamento da Defesa Civil/RS, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 14 possibilita, entre outras coisas, a renegociação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).
     Sartori lembrou que "haverá prejuízos na colheita de trigo, por causa da chuva; problemas no plantio da soja e do arroz, que já deveria começar; e na plantação de fumo, em razão do granizo. Além das dificuldades do transporte de aves, leite, combustível", destacou. O governo nem contabilizou ainda a produção de frutas que foi afetada pela geada.
     Perdas por cultura
Folhosas: já acumulavam prejuízos devido à chuva registrada no final de setembro, que fez com que o preço aumentasse 115% na Ceasa. Tendência é de que oferta encolha ainda mais;
Trigo: a produção deve reduzir pelo menos 30%. O excesso de umidade na colheita afeta também a qualidade, reduzindo o valor pago ao produtor;
Arroz: o plantio está atrasado por causa da chuva. Grande parte das lavouras implantadas ficou debaixo d`água. A projeção da Emater é de que entre 7 mil e 8 mil hectares tenham de ser replantados;
Leite: além da impossibilidade de colocar o gado no pasto, para a alimentação, também há localidades com dificuldade de coleta;
Tabaco: o granizo causou perdas significativas nas plantações de fumo.

Assessoria de Imprensa – 16/10/2015