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Fetag faz balanço de final de ano e oferece café colonial à imprensa

A sala de reuniões da Fetag recebeu na manhã de hoje (12) representantes dos principais veículos de comunicação da Capital, quando o presidente Elton Weber, acompanhado do vice Carlos Joel da Silva e das três diretoras Elisete Hintz, Josiane Einloft e Inque Schneider, fez o tradicional balanço de fim de ano das atividades da entidade, além de projetar 2015. Após entrevista coletiva, a Federação ofereceu um café colonial com produtos oriundos de agroindústria de Arroio do Tigre.
A síntese do balanço do presidente Elton Weber apresentado à imprensa é a seguinte:
Safra 2014 – Cotações / comercialização
O ano de 2014 foi marcado por cenários distintos entre os produtos produzidos pela agricultura familiar.
Carnes – O setor vive em 2014 um dos melhores momentos de sua história, principalmente se forem analisados os preços aquecidos das carnes bovina, suína e de aves. Além disso, a abertura e a retomada de mercados externos impulsionaram a atividade, em especial a suinocultura.
Grãos – Apesar de ter ocorrido uma produtividade satisfatória na cultura da soja, milho e arroz, o mesmo não se repetiu com a triticultura, onde houve enormes prejuízos causados pelo excesso de chuvas, o que provocou a redução de produtividade e comprometeu a qualidade do trigo nesta safra. Ao mesmo tempo, as cotações dos principais cereais estão em patamares inferiores ao ano anterior, o que deve comprometer a rentabilidade do setor.
Leite – A cadeia leiteira do Rio Grande do Sul viveu em 2014 um dos momentos mais complicados de sua história. Denúncias e investigações sobre fraudes e adulterações no produto afetaram a imagem do leite gaúcho no cenário nacional. Além disso, as dificuldades financeiras enfrentadas por certas empresas e indústrias de laticínios (algumas em recuperação judicial) atingiram milhares de agricultores familiares, que estão em situação de desespero, devido a falta de pagamento pelo produto entregue, o que em alguns casos chega a ultrapassar os 90 dias. A Federação tem acompanhado de perto as situações das empresas em dificuldades e orientado juridicamente os produtores sobre os procedimentos a serem adotados.
Plano Safra – No que se refere ao Plano Safra, ocorreram aumento de recursos para o crédito rural, manutenção das taxas de juros para a agricultura familiar e avanços no programa de Seguro Agrícola (mesmo que as novas regras incidam apenas para as operações contratadas a partir de janeiro de 2015), não contemplando a safra de verão. Total de recursos Plano Safra 2014/2015 – R$ 24,1 bilhões (aumento de 14,7% em relação a safra anterior).
Máquinas Agrícolas – O tema relacionado ao registro e emplacamento de máquinas agrícolas se tornou uma novela em 2014 e continua pendente de solução. O projeto de Lei 3.312, que previa o fim do registro e emplacamento, foi aprovado no Congresso Nacional e vetado pela Presidência da República que, por sua vez, editou a Medida Provisória 646, que também isentava das exigências, máquinas fabricadas até agosto de 2014. No entanto, a referida medida provisória não foi apreciada pelo Congresso Nacional e perdeu suas validades. Neste momento, há o compromisso do ministro das Cidades em prorrogar as exigências previstas a partir de janeiro de 2015 (Resolução 447). Medida provisória (656) tramita no Congresso Nacional sobre o tema e deve ser apreciada em plenário nos próximos dias.
Assalariados Rurais – Na área de assalariados rurais a Fetag avançou nas Convenções Coletivas de Trabalho, totalizando 129 convenções, com índice médio de reposição de 12,15%, o que representa um salário médio da categoria de R$ 904,20.
Habitação Rural – O ano de 2014 foi marcado por inúmeras manifestações relacionadas ao atraso e falta de recursos, bem como em relação a melhorias propostas para o Programa Nacional de Habitação Rural – PNHR. Já no início do ano houve atraso nas liberações, ocasionando um grande desconforto junto aos agricultores e aos fornecedores de material de construção e provocando atrasos no cronograma e na execução das obras de 1.916 unidades habitacionais contratadas ainda em 2013.Em 2014, a COOHAF contratou até o momento 708 unidades e está em fase final de contratação de mais 1.167 unidades, porém as mesmas aguardam a liberação de recursos para início das obras.
Juventude – Agricultura Familiar – um modo de vida. Esse foi o lema do 5° Congresso Estadual  da Juventude Trabalhadora Rural, realizado nos dias 25 e 26 de novembro, em Lajeado. A juventude debateu cinco eixos: Sucessão Sindical; Acesso à Terra e Reforma Agrária; Educação do Campo; Saúde e Desenvolvimento Rural. Ao final foi redigida a Carta de Lajeado.
Saúde – Após vários anos de luta e reivindicação foi aprovado e regulamentada a Lei do Protetor Solar; finalmente os agricultores familiares tiveram acesso à distribuição gratuita do medicamento. Na primeira etapa, foram beneficiados agricultores(as) familiares de 129 municípios gaúchos, municípios estes escolhidos pela Secretaria Estadual da Saúde, a partir da incidência do câncer de pele. A distribuição para agricultores dos demais municípios está sendo discutida e já é possível desde que os agricultores(as) tenham prescrição médica indicando o uso.
Eleições 2014 – Conforme deliberação do 10º Congresso Estadual da Fetag, realizado em 2011, o movimento sindical decidiu participar ativamente do processo eleitoral para eleger representantes da categoria nos legislativos estadual e nacional. Desta forma, os nomes de Elton Roberto Weber e Heitor José Schuch foram desafiados a concorrer aos cargos de deputado estadual e federal respectivamente. O Projeto Político da Fetag teve pleno êxito com a eleição de ambos os candidatos, os quais deverão ser os porta-vozes da agricultura familiar no legislativo.
Programas de Acesso à Terra (Reforma Agrária e Crédito Fundiário) – Esses programas continuaram em 2014 sofrendo pela paralisia do governo federal. O programa de crédito fundiário está parado desde o início do ano e o último assentamento da reforma agrária no RS foi em 2009. As alterações no Programa Nacional de Crédito Fundiário, no que se refere ao teto de financiamento, alteração dos tetos de renda e patrimônio para enquadramento e o seguro por morte e/ou invalidez, anunciados em 2013, continuam pendentes de regulamentação e foram responsáveis pela decisão de suspensão de novos encaminhamentos por parte dos Sindicatos dos Trabalhadores filiados à Federação.
Preocupações:
Demarcação de terras – O ano também foi marcado pelo acirramento de ânimos relacionados à demarcação de terras indígenas, trazendo insegurança e pavor a milhares de agricultores familiares, que estão na iminência de perder suas terras, as quais foram adquiridas a dezenas de anos e ocupadas pela agricultura familiar há gerações. O auge dos conflitos ocorreu e no município de Faxinalzinho, onde dois agricultores familiares foram assassinados por indígenas.
Infraestrutura – A infraestrutura no meio rural continua com sérias deficiências, principalmente na questão da eletrificação e telefonia na área rural. Mesmo que tenha aumentado o investimento nestas áreas, o problema persiste em dezenas de municípios. 
SUASA e SUSAF – Os programas do SUASA e do SUSAF seguem apenas funcionando na teoria, pois na prática os municípios e, consequentemente, as agroindústrias familiares não conseguem aderir aos respectivos programas, o que impossibilita ampliar o acesso a mercados regionais.

Mais informações – Elton Weber (51) 9325-0040

Assessoria de Imprensa – 13/12/2014