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Fetag discute infraestrutura e desenvolvimento rural na Expointer

A Fetag e o Canal Rural promoveram no dia 2 de setembro o Fórum Canal Rural Infraestrutura e Desenvolvimento Rural, na Casa RBS, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, palco da Expointer 2015. Com apresentação do jornalista Ricardo Cunha, ao vivo para todo o Brasil, além do presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, participaram o professor Antônio Márcio Buainain, diretor do Instituto de Economia da Unicamp, o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do RS, Tarcísio Minetto, o delegado no RS do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Schroeder, e o vice-presidente da Afubra, Marco Antônio Dornelles.

O fórum teve por objetivo mostrar as dificuldades que o agricultor familiar enfrenta no dia a dia no que diz respeito à infraestrutura no meio rural, desde os problemas para dar um simples telefonema ou ligar um computador e acessar à internet ou mesmo para utilizar uma ordenhadeira, entre outros equipamentos, que demandem uma maior potência elétrica. E tudo isso acarreta prejuízos aos produtores.

O primeiro a falar foi Joel, que fez uma explanação de todas as dificuldades que o agricultor familiar enfrenta hoje em dia para manter a família produzindo. “E isso passa por vários fatores, entre eles a própria terra, a assistência técnica, o crédito, os juros e, ainda, a infraestrutura como estradas e energia elétrica para dar condições ao produtor até mesmo realizar um negócio com segurança. Nós entendemos o meio rural com sustentabilidade econômica, social, cultural e ambiental, pois a agricultura familiar é um modo de vida e não apenas a produção de alimentos”, observou.
Em seguida o professor Buainain reforçou que a energia elétrica no Brasil é um verdadeiro escândalo, já que ela impede a adoção de tecnologias que agreguem renda.

“Não temos avanços na valorização do meio rural, uma vez que a cultura brasileira prioriza o urbano em detrimento do rural. E essa é uma das razões do jovem buscar as cidades”, justifica. Ele disse que no Brasil a compra de carros é subvencionada, enquanto para infraestrutura isso não ocorre, como para a aquisição de um resfriador ou qualquer outro equipamento para agregar renda à produção.

Minetto admite que a estrutura está defasada e carece de investimentos, tanto em energia como armazenagem e de forma acelerada de R$ 1,7 bilhão. Citou que no Estado são 441 mil propriedades, entre elas 378 da agricultura familiar. “Embora reconheçamos a necessidade de investimentos rápidos, nos deparamos com a crise econômica que se vive, a qual não permite tal rapidez. Mesmo assim, até o final deste ano serão aplicados R$ 34 milhões na qualificação de energia. Estamos buscando sanar esse gargalo com as Secretarias de Minas e Energia e da Agricultura”, completou.

O delegado Schroeder lembrou que o ministério repassou R$ 80 milhões às prefeituras para apoiar os agricultores familiares através das chamadas Patrulhas Agrícolas. “Reconhecemos que as estradas são uma parte do problema, mas o acesso à energia elétrica também é muito importante. E nós temos que oferecer condições”, admitiu. 

Depoimentos  

Os jovens Beatriz Meurer e Edelvan Balbinotti, integrantes da Comissão Estadual de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CEJTTR) da Fetag, respectivamente de Salvador do Sul e Guaporé, fizeram relatos de como é suas realidades no meio rural. Beatriz contou que embora tenha enfrentado muitas dificuldades para permanecer na agricultura, ela suas irmãs deram continuidade ao trabalho desenvolvido pela família, que é uma agroindústria produtora de pães e cucas, inclusive participa pela nona vez da feira da agricultura familiar na Expointer.

Ao mesmo tempo, Edelvan contou a importância dos pais oportunizarem aos filhos a continuidade no trabalho na propriedade, dando uma abertura para que eles possam também estarem à frente dos negócios da família.

 Asseessoria de Imprensa – 2/09/2015