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A abertura oficial da 38a Expointer ontem (4) deu mostras da diversidade das realidades do Estado. Enquanto o secretário de Agricultura Ernani Polo falava de um Rio Grande pujante, cerca de duzentos servidores públicos empunhavam faixas e faziam um barulho danado, virando de costas para o palanque oficial durante a fala do governador José Ivo Sartori, que precisou gritar para ser ouvido.
A fala do presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, foi contundente, dizendo que a crise só não é pior porque a agricultura e a pecuária impulsionam o desenvolvimento do RS e do País. E que não há espaço para aumento de tributos nem para custo de produção aumentado. Joel reiterou a diferença dos valores pagos aos agricultores e daqueles que o consumidor desembolsa no mercado. Ele destacou a expansão sanitária no Estado, quando as agroindústrias estão vendendo seus produtos livremente até domingo, mas que na segunda-feira a realidade é outra.
O dirigente enfatizou, mais uma vez, a importância da manutenção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), descrevendo-o como importante para a política de desenvolvimento da agricultura familiar. Para os governantes, o recado de Joel foi direto: se quisermos avançar, os governos têm que gastar menos do que arrecadam e corte de investimentos na agricultura e na pecuária não acabam com a crise e, sim, agravam, finalizou.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, falou três vezes o nome de Joel: parabenizou pelo trabalho desenvolvido à frente da Fetag, disse que o ministério também representa os agricultores familiares e destacou a regulamentação da cadeia produtiva do leite, das pequenas agroindústrias e dos produtos artesanais.
Na avaliação de Joel, o discurso da ministra foi político e sem muitas respostas. Ele entende a importância de questões como o leite, a sanitária e a desburocratização do ministério. Mas disse que faltaram respostas sobre os custos de produção, os preços mínimos e as importações.

Assessoria de Imprensa – 05/09/2015