NOTÍCIAS

FETAG-RS reúne agroindústrias através de videoconferência

Na tarde desta quarta-feira (6), o vice-presidente da FETAG-RS, Eugênio Zanetti, e o assessor de política agrícola e agroindústrias, Jocimar Rabaioli, reuniram agroindústrias de todas as regiões do Estado para um bate papo que tratou sobre a atual situação dos empreendimentos familiares.

A situação que já era difícil em virtude da grave estiagem que atinge o Estado desde dezembro, de acordo com as agroindústrias ouvidas, de todas as regiões do Rio Grande do Sul, tiveram no Coronavírus mais um fator agravante. Como principal ponto complicador para as agroindústrias está o cancelamento das feiras e dos eventos agropecuários, que não se realizaram devido aos decretos municipais e do Governo do Estado.

Boa parte do planejamento anual das agroindústrias familiares gaúchas gira em torno da comercialização estimada para as feiras, sendo as principais delas a Expoagro Afubra, Expointer e Expodireto (única realizada até o momento). Exposol, de Soledade, e Festival de Balonismo de Torres, também foram citados. Em relação a Expointer, há previsão que ela ocorra na data prevista (de 29 de agosto a 6 setembro) ou no máximo em outra data dentro do mês de setembro.

Muitas das agroindústrias estão com produtos prontos para serem comercializados, em muitos casos em grande quantidade, não estão conseguindo ser escoados, já que até mesmo os mercados dos municípios estão com restrições para busca dos produtos nas propriedades, ou, ainda, enfrentando uma realidade de vendas aos consumidores até 30% menor.

A produção de cachaça, por exemplo, já está seriamente comprometida, pois a cana de açúcar não apresenta quantidade considerável de caldo. Nas flores, a queda de vendas é ainda maior, já que elas são consideradas produtos dispensáveis, ou seja, o consumidor acaba comprando itens essenciais para sua subsistência, cortando outros itens.

Os relatos das agroindústrias são de perdas de faturamento que podem chegar a 85%. Como se não bastasse o cancelamento das feiras, as compras para merenda escolar também estão suspensas em muitos municípios. Na Região da Serra gaúcha, os prejuízos são ainda maiores devido ao fato de o turismo estar restrito em toda a região.

Como sugestão das agroindústrias, linhas de crédito especiais para as agroindústrias, engajamento da FETAG-RS nas feiras assim que elas retornarem e trabalhar para que as compras de merenda escolar sejam retomadas.

De acordo com Eugênio Zanetti, vice-presidente da FETAG-RS, “a situação das agroindústrias é grave, pois o planejamento de todo o ano está sendo perdido devido a estiagem e também ao Coronavírus. Tudo acontecendo ao mesmo tempo, leva as agroindústrias ao colapso, pois as vendas despencaram. Precisamos que os governos intervenham e a FETAG-RS está cobrando isso”.

Em relação as compras da merenda escolar, Eugênio salientou que, na semana passada, tratou diretamente com o secretário da educação sobre uma compra de R$22 milhões destinados as escolas que não incluíram a agricultura familiar, contrariando a lei. Para este mês, R$6 milhões serão liberados para a aquisição dos produtos das agroindústrias.