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Fumageiras se mantêm intransigentes na negociação

A retomada de negociação da safra de fumo 2013/2014 pelas entidades representativas dos produtores de tabaco com as indústrias fumageiras nos dias 23 e 24 de janeiro em Santa Cruz do Sul foi decepcionante, o que, novamente, causou forte frustração às lideranças dos agricultores. Embora as entidades tenham reduzido a proposta inicial, que era de 11,7% para 10%, as indústrias simplesmente não se sensibilizaram.
O vice-presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, avalia com muita preocupação mais uma rodada de negociação de preço que termina de forma melancólica. “Nos parece que as empresas estão vindo para a mesa de negociação como se vai para uma peça de teatro. Tudo encenado, pois os diretores das indústrias adotam discursos semelhantes, embora as reuniões sejam individuais”, disse.
Numa rodada com cinco indústrias, com exceção da Universal Leaf Tabacos, que novamente não apresentou qualquer índice de reajuste, o que configura 0% de aumento; a Souza Cruz manteve os 6% apresentado no primeiro encontro ocorrido no começo de dezembro. A JTI não ofereceu aumento na tabela geral, mas sim criou um sistema de precificação diferenciado para algumas classes que incia com índice de 1,66% para classes inferiores, chegando até 11,7% para a principal classe criada por eles – BO1 Top. O sistema adotado pela empresa, de acordo com seus interesses, porém não tem o aval das entidades.
No segundo dia, o primeiro encontro envolveu a Philip Morris, que elevou a oferta inicial de 5,5% para 6,0%. A sequencia foi na Universal Leaf Tabacos e a última foi com a Alliance One, que apresentou 5,8%.
Diante dos resultados apresentados, as entidades estipularam o prazo de 31 de janeiro para que as empresas revisem seus cálculos e apresentam propostas mais condizentes com os anseios dos fumicultores. Caso isso não aconteça, as entidades deverão marcar uma nova reunião para defnir os rumos da comercialização da atual safra.
Joel reforça a orientação aos produtores para que segurem o tabaco em suas propriedades, comercializando apenas o necessário para o pagamento de despesas mais urgentes. Ele defende que os fumicultores vendam a produção para a empresa que melhor remunerar o seu trabalho.
A representação dos produtores de tabaco é formada pelas federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).

Mais informações: Carlos Joel da Silva (51) 9314-5750

Assessoria de Imprensa – 24/01/2014 Luiz Fernando Boaz (51) 9314-5699