HISTÓRIA

1993-2003 Grandes lutas e muitas conquistas

Ao longo deste período a FETAG investiu fortemente na formação da consciência de classe, tanto dos agricultores e agricultoras rurais, como de suas lideranças e de seus dirigentes.
Uma das primeiras ações de 1993 foi a realização de manifestação dos produtores de fumo, em Santa Cruz do Sul, que uniu mais de 10 mil agricultores. E a luta pela saúde publica e de qualidade foi fortalecida neste período.

A Formação como um instrumento de geração de consciência de classe foi trabalhada com afinco, realizando capacitações, seminários e diálogos em todo o estado e assim, proporcionando a organização da categoria como um todo, jovens, mulheres, aposentados, assalariados rurais.
A contínua luta por melhores preços, em especial os produtores de leite, uva e fumo sempre permearam as ações da FETAG-RS.

Ainda durante o período foram realizadas muitas atividades voltadas às comissões de jovens, mulheres e aposentados, entre eles, quatro Seminários de Jovens e início dos Congressos Estaduais da Juventude Rural; Encontros Estaduais de Mulheres Dirigentes Sindicais; o 2º Encontro Estadual das Mulheres Trabalhadoras Rurais.

1994 é marcado pela criação do departamento de Assalariados Rurais da FETAG-RS, com o objetivo de regularizar as relações de trabalho e garantir direitos dos trabalhadores.

Em 1995 as lutas não pararam, o Grito de Alerta dos Trabalhadores Rurais realizou diversas mobilizações em Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Frederico Westphalen, Ijuí, contando com mais de 40 mil agricultores e tinha como pauta a exigência da implantação do PRONAF. Em uma das mobilizações um grupo de agricultores ocupou o Ministério da Agricultura em Brasília em forma de protesto.

Ainda em 1995, aconteceu a realização do 1º Grito da Terra Brasil, que marcou o período, com as principais pautas na área da Previdência, Saúde, Assalariados Rurais e Política Agrícola e Agrária agricultores estiveram mobilizados. Ainda as grandes mobilizações de produtores de leite foram destaque, lembrando da ocupação da indústria em Teutônia e depois trancamento da BR 386.
Neste mesmo ano, a partir de uma demanda do MSTTR, o Banco Nacional de Agricultura Familiar – BNAF é inaugurado no RS.

Visto o crescimento e desenvolvimento da federação durante os anos, em 1996 a sua missão foi construída e permeia até os dias de hoje os rumos do Movimento Sindical.

“Coordenar e Mobilizar a categoria dos trabalhadores rurais a partir dos problemas sentidos e vividos, centrando a ação na construção de um modelo alternativo de desenvolvimento, tendo presente a organização e o crescimento da consciência de classe, cujo objetivo é uma sociedade mais justa e igualitária”

No mesmo ano, devido a situação enfrentada pelo estado, os agricultores recebem o Cheque-seca, que foi um financiamento concedido pelos governos federal e estadual.

Sempre pensando na auto-sustentabilidade do MSTTR, em 1997 foi atingida a meta estabelecida. A FETAG-RS chegou a 300.000 associados(as), demonstrando a importância da implantação do convênio CONTAG/INSS.

E após muita luta e reivindicação o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar é implantado em 1997. Contando neste mesmo ano, a Federação implementou uma ferramenta que auxiliou a comunicação com sua base, o Jornal da FETAG, importante instrumento de comunicação para divulgar as atividades e as lutas.

Para possibilitar um espaço agradável aos diretores da federação, foi inaugurado em 1998 o Residencial FETAG, que serve como apoio à diretoria.

No ano seguinte, em 1999, outro fato merece destaque, a primeira participação dos agricultores familiares na Expointer, através da Feira da agroindústria familiar.

As mulheres trabalhadoras rurais continuaram se organizando, e em 2000, realizaram a 1ª Marcha das Margaridas. Se somando a este ano, acontece o 1º Encontro Estadual dos Aposentados.

E as ações continuaram acontecendo em prol da agricultura familiar neste ano, e pensando no desenvolvimento, a Federação realizou grandes debates para a construção do PADRS – Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável.

Buscando sempre manter um representante legítimo da agricultura familiar na Assembleia Legislativa, a FETAG e o conjunto de sindicatos se empenham para eleger nas eleições de 2002 o atual Presidente da FETAG, Heitor Schuch como Deputado Estadual.

Como a moradia é um dos pilares para o desenvolvimento digno da atividade rural, o Movimento Sindical criou em 2002 a Cooperativa de Habitação da Agricultura Familiar (COOHAF), viabilizando convênios e projetos de habitação para a agricultura familiar.

Em 2002 com consonância a todo o trabalho desenvolvido, acontece a 1ª Semana Sindical em Campina das Missões.

Um marco histórico na história das mulheres trabalhadoras rurais no movimento sindical aconteceu em 2002, quando a nova diretoria foi composta com 30% de mulheres em seu quadro diretivo.

Ainda, em 2003 o PAA – Programa Aquisição de Alimentos é criado para incentivar a agricultura familiar, compreendendo ações vinculadas à distribuição de alimentos para pessoas em situação de insegurança alimentar e à formação de estoques estratégicos, mediante a compra da produção de agricultores familiares e assentados da reforma.

A FETAG priorizou em 2004, a municipalização da agricultura e como estratégia buscou ativar a participação dos Sindicatos nos Conselhos Municipais, para empoderar a base e dialogar os anseios locais.
E depois de 27 anos sem Congressos, a FETAG realiza seu VIII Congresso Estadual em 2003, processo para repensar a ação da entidade, definindo importantes diretrizes, como a implementação das Assessorias Regionais e do Instituto de Formação Sindical.