INFORMATIVOS

INFORMATIVO N° 1.495

Informativo FETAG-RS e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais. Um programa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul e dos 321 Sindicatos filiados. Transmitido em todo o Estado com informações para o trabalhador e a trabalhadora rural.

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FETAG-RS INOVA COM A PRIMEIRA ASSEMBLEIA VIRTUAL DE SUA HISTÓRIA
Nesta segunda-feira (30), a FETAG-RS realizou sua a Assembleia de Previsão Orçamentária para 2021, que contou com a participação da diretoria da federação, presidentes de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e lideranças do movimento sindical. Devido as restrições impostas pela pandemia do coronavírus, pela primeira vez, foi adotado o sistema de videoconferência, em que cerca de 200 pessoas estiveram conectadas.
Durante toda a manhã, foram realizadas discussões sobre diversos temas, dentre eles a previsão orçamentária para 2021. O tesoureiro-geral da FETAG-RS, Agnaldo Barcelos, apresentou o balanço de receitas e de despesas previstas para 2021, que já havia recebido parecer favorável do Conselho Fiscal, e que hoje foi votado pelos delegados de todos os sindicatos que estavam aptos para votação.
Outro ponto de debate voltou-se para os impactos causados pela estiagem. Mesmo com as chuvas nos últimos dias na região noroeste do Estado, a FETAG-RS afirma que os prejuízos estão consolidados, pois as plantações, a exemplo do milho, não podem mais serem recuperadas, necessitam de novo plantio. Ficou acordado que as 23 Regionais Sindicais da Federação se reunirão para discutir ações estratégicas para pressionar o governo estadual e governo federal para que as medidas solicitadas nas pautas entregues pelas entidades sejam atendidas. A estratégia de ação será definida em reunião na tarde do dia 03, quando a FETAG-RS reunirá suas lideranças através de videoconferência.
Para o presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, a primeira assembleia virtual da FETAG-RS “foi um sucesso. Tivemos a oportunidade de interagir e de discutir os rumos do movimento sindical para 2021 sem nos descuidarmos em relação ao coronavírus. Foi a forma que encontramos para que pudéssemos alinhar nossas pautas e também as receitas e despesas previstas para o próximo ano, o que dá transparência para a gestão”.
Joel finaliza reforçando que a FETAG-RS e os Sindicatos seguem cobrando medidas imediatas do governo estadual e do governo federal para que atendam as necessidades dos agricultores. Levando em consideração que a janela do zoneamento agrícola para plantio de soja encerra em 20 de dezembro e do milho, em 10 de janeiro. “Os agricultores precisam de medidas que possibilitem o financiamento para um novo plantio nas lavouras atingidas dentro do prazo do zoneamento”.

FETAG-RS E CONAB TRATAM SOBRE O MILHO NO RS
Na semana passada, na sede da Superintendência Regional da CONAB no Rio Grande do Sul, o vice-presidente da FETAG-RS, Eugênio Zanetti, acompanhado dos assessores de Política Agrícola, Kaliton Prestes e Neiva Gabi, estiveram em reunião com o superintendente Carlos Roberto Bestetti.
Na pauta da conversa, propostas para solucionar problemas da falta de alimentação para os animais, seriamente afetados pela segunda estiagem que atinge o Estado em 2020, principalmente na Região Norte e Noroeste, onde as perdas das lavouras de milho são totais.
Dentre as propostas estão a simplificação dos novos cadastros de agricultores para acessar o milho CONAB; mobilização de milho oriundo do centro-oeste do país para o Rio Grande do Sul; cadastro de novos armazéns; e maior diálogo sobre políticas públicas de incentivo à produção de milho em solo gaúcho, fortalecendo os estoques públicos da CONAB.
De acordo com o vice-presidente da FETAG-RS, Eugênio Zanetti, “o desabastecimento de milho é um problema sério pois, além de ser importante para alimentação humana, ele é fundamental em várias cadeias do setor produtivo. Sem milho, não há ração de qualidade para os animais, desde suínos até o gado leiteiro. A reunião de ontem foi positiva para alinharmos alternativas, e de acordo com a CONAB a simplificação dos novos cadastros para produtores será encaminhada em breve.

A DIFÍCIL, MAS IMPORTANTE TAREFA DE PRODUZIR LEITE
Grande parte da população urbana, talvez, não saiba o quão difícil é produzir leite. Nos últimos meses, temos visto uma grande variação dos preços do produto nas gôndolas dos supermercados, o que muitas vezes gera reclamações. No entanto, o que não fica claro para muitas pessoas, é que o produtor rural, mesmo com a alta nos preços cobrados do consumidor, não vê sua rentabilidade aumentar.
A produção de leite é a segunda maior em faturamento no Brasil (perdendo apenas para a de carnes e derivados), está presente em 99% dos municípios brasileiros, emprega cerca de 4 milhões de pessoas e é transformado em quase uma centena de produtos, desde queijos, iogurtes e até xampus. Diante disto, podemos afirmar que a cadeia é a que mais gera empregos no campo e a única presente em todo o território nacional. No entanto, devido aos muitos problemas enfrentados, é uma das mais complexas do setor primário.
A alta tributação, as fracas barreiras contra a entrada de leite importado e o custo de produção, que de acordo com a FETAG-RS, nos últimos 6 meses teve reajuste de 35,6% na ração e 14,5% nos fertilizantes, fizeram com que muitas famílias abandonassem a atividade, o que vai na contramão da necessidade que o país tem de aumentar e qualificar a produção leiteira, principalmente quando se pensa em exportação.
Estudos afirmam que a demanda chinesa por leite e derivados deverá subir consideravelmente até 2024, chegando a 40% quando comparada a 2014 em leite em pó integral e até 80% em relação ao mesmo período para leite em pó desnatado.
Porém, para que a produção possa ser mais qualificada, é necessário que o Brasil resolva diversos problemas que afligem o produtor e tiram a competividade do leite brasileiro, tais como a legislação tributária, que precisa ser modernizada para acabar com a guerra fiscal entre estados, melhorar a infraestrutura de estradas, acessos, internet e de energia elétrica no meio rural, acesso ao crédito rural oficial com taxas de juros compatíveis à redução da SELIC e a oferta de assistência técnica continuada e orientada aos produtores.
Dentro desta importante cadeia, o Rio Grande do Sul se destaca ao ser o terceiro maior produtor nacional, perdendo apenas para Minas Gerais e o Paraná. Com uma produção de 4,2 bilhões de litros em 2019, que se calculado em valores atuais, representaria um valor bruto de produção de R$ 6,9 bilhões anualmente. Ou seja, a pecuária de leite em centenas de munícipios gaúchos é a força motriz da economia local que acaba impulsionando diversos outros setores.
Recentemente, a FETAG-RS, em nota, cobrou medidas governamentais que auxiliem a cadeia, dentre elas, a suspensão da importação de leite vindos da Argentina e do Uruguai, que entram no país mais baratos e tiram a competitividade do produto gaúcho e o fortalecimento dos estoques públicos de milho da CONAB para apoiar os produtores atingidos pela estiagem.
Para o presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, “A pecuária de leite no Rio Grande do Sul está se encaminhando para o colapso, pois os produtores estão tendo de enfrentar duas estiagens seguidas. A silagem produzida foi de baixíssima qualidade, as pastagens foram duramente prejudicadas com a irregularidade das chuvas e o milho e a soja além de estarem escassos estão com um preço elevadíssimo. É necessário e urgente uma política agrícola eficiente e sensível às demandas históricas do setor”.
Joel acrescenta que, até o momento, “os governos do Estado e da União nada fizeram para solucionar os problemas, que precisam ser resolvidos de forma urgente, pois os agricultores e os pecuaristas familiares não podem esperar mais”.

A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL MANTÉM O MOVIMENTO FORTE E ATUANTE
A Contribuição Sindical dos(as) Agricultores(as) Familiares é realizada para o Sistema Confederativo – CONTAG – FETAG e Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Ela é devida por toda a categoria, trabalhadores(as) ou empregados(as). Ou seja, todos aqueles que são trabalhadores rurais e não possuem empregados e exercem a atividade rural, individualmente ou em regime de economia familiar, sendo proprietário, arrendatário, parceiro, meeiro ou comodatário.
Para o tesoureiro-geral da FETAG-RS, Agnaldo Barcelos, a Contribuição Sindical é uma das formas de manter o Movimento Sindical atuante, forte e em constante luta para assegurar o direito dos agricultores familiares. Agnaldo reitera que embora a Contribuição seja facultativa, é uma obrigação dos agricultores(as), pois quando da conquista de um benefício para a classe todos recebem as melhorias.
O valor da Contribuição Sindical da Agricultura Familiar referente ao exercício 2020 é de R$ 35,00 (trinta e cinco reais) por membro do grupo familiar.