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Milho – Uma cultura fundamental

No Rio Grande do Sul um antigo ditado popular diz que “em se plantando tudo dá”. Na prática, podemos dizer que é uma grande verdade, afinal, temos uma grande diversificação de culturas, que vão desde grãos até hortifrutigranjeiros. 

Cada cultura tem a sua importância, no entanto, a do milho tem um papel diferenciado dentro da cadeia produtiva e para o próprio meio ambiente. 

O grão é base para a produção de ração para bovinos, suínos e aves. Agora, que o Rio Grande do Sul teve seu status sanitário de zona livre de febre aftosa sem vacinação reconhecido pelo MAPA e estando a um passo do reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal, condição que apenas o estado de Santa Catarina possui, mercados que ainda são inacessíveis para proteína animal gaúcha poderão ser alcançados. 

Com um mercado maior para as carnes gaúchas, existe uma tendência de crescimento de produção e, consequentemente maior necessidade de ração animal, que ainda terá o milho como base, afinal, o grão é fundamental para uma dieta balanceada e rica em nutrientes, o que afeta diretamente na qualidade da carne que será consumida no futuro. 

O milho também é importante para a saúde do solo. Especialistas apontam que o grão, quando utilizado dentro de um sistema de rotação de culturas, aumenta a produtividade do solo em outras culturas, pois aumenta a infiltração de água no solo e de nutrientes que são muito importantes para o desenvolvimento de plantas. Porém, hoje, o cultivo do milho ainda não é amplamente incentivado pelos governos, além de exigir altos investimentos e ser uma cultura considerada de risco alto. 

Em 2020, o estado do Rio Grande do Sul lançou o programa Pró Milho, que visa a estimular o cultivo e a ampliação das lavouras de milho gaúchas. 

Além de tudo isso, o milho está presente no nosso dia a dia, pois é parte importante na alimentação humana, integrando uma dieta rica e balanceada, sem esquecer é claro que ele é ingrediente certo em diversas receitas típicas do Brasil.  

Para o presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, é preciso um planejamento a longo prazo por parte do Estado e o fortalecimento do Programa Pró-Milho para que o agricultor tenha incentivos para plantar. “O milho é uma cultura estratégica pois a produção animal é dependente do grão. É importante que o governo fortaleça políticas públicas como o Troca-Troca de Sementes e as voltadas para irrigação, não esquecendo da assistência técnica e de recursos para voltados para a agricultura familiar”. 

Atualmente, a produção o Rio Grande do Sul não atende as suas necessidades, fazendo com que o Estado tenha de comprar milho do Mato Grosso, aumentando ainda mais o já elevado custo de produção da cadeia. 

Texto: Eduardo Oliveira