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Negociação do preço do tabaco: Fetag-RS decepcionada com propostas das empresas

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (FETAG-RS) participou, nesta quinta-feira (25), de mais uma rodada de negociação do preço do tabaco para a safra 2024/2025. A reunião, realizada em Santa Cruz do Sul, contou com a presença de representantes das empresas fumageiras e das entidades que representam os produtores.

O resultado das negociações foi decepcionante para a Fetag-RS. As empresas BAT, Universal Leaf e Premium apresentaram propostas que repõem apenas o custo de produção, ou seja, não contemplam nenhum ganho real para os produtores.

A BAT apresentou uma proposta de 1% de ganho real, mas condicionou a assinatura do protocolo, conforme a avaliação da Comissão de representação dos produtores não concordou e a empresa retirou a proposta de ganho real retroagindo para apenas o custo de 7,55. A empresa Universal Leaf ofereceu apenas reajuste sobre o custo de produção para todas as classes no geral oferecendo um pequeno aumento apenas para a classe 01, que também que também não foi aceito pela comissão. Já a Premium apresentou uma proposta de 6,50% de reajuste, contudo, o custo de produção é de 6.46, sendo o ganho real de apenas 0,04%.

A Fetag-RS, por sua vez, apenas assina protocolo com empresas que pagam o custo de produção e com reajuste de ganho real de 2,94%, balizado no valor do protocolo assinado com a empresa JTI.

“É lamentável que as empresas continuem a desrespeitar o trabalho dos produtores de tabaco”, afirmou o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva. “Não é com a faca no pescoço que vamos fortalecer a cadeia do tabaco.”

A Fetag-RS e as demais entidades que representam os produtores continuam dispostas a negociar, mas apenas com propostas que contemplem um ganho real para os produtores.

A Fetag-RS orienta os produtores a valorizarem o seu esforço e da sua família. “Negocie com sua empresa a classificação dentro da sua propriedade, não permita que o produto saia da propriedade sem ser classificado, é hora de valorizar o trabalho da família”, disse Silva.